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Mas tambem quem conhecia em Napoles Rosina Regnau? Bem se podiam lembrar de ir saber ao correio. Pietro andava por fóra com a sua harpa; Rosina estava cuidando do filho: não se lembravam. As mealhas que Pietro recolhia, e generosamente repartia provavelmente, abastavam a alimentação dos trez.

O crime está n'isso, e Deus m'o perdoará... Eu, depois que morreu o velho Regnau, o meu segundo pae, tenho vivido tão sósinha, tão sósinha!... O exercito é muito grande e por isso mesmo não faz companhia. Não lhe perderei o rasto, senhor, esteja certo. As vivandeiras estão costumadas á guerra de emboscada. Surprehendel-o-hei quando menos o esperar.

Foi longo e reparador o primeiro somno do ferido. Rosina Regnau velou á cabeceira da tarimba, absorta nos seus pensamentos pela primeira vez illuminados por um raio de sol. Estava folheando o roseo poema do primeiro beijo, decompondo em estrophes maviosas a harmonia que da alma subira aos labios.

A crueza do inimigo mais pareceu atiçar a coragem dos nossos, cuja resistencia recrudesceu no dia immediato, apesar de reforçados os francezes pelas brigadas de Sarrut e Marisy. Estas eram as evoluções das tropas inimigas, em Amarante, á hora em que deixamos Graça Strech e Rosina Regnau em caminho do acampamento portuguez.

Aquelle soldado francez, que tu vês ali, é uma mulher. Uma mulher! repetiu o barqueiro. E de mais a mais faze de conta que é... muda, disse sorrindo maliciosamente Graça Strech. A esta palavra, se elle houvesse reparado, veria brilhar extraordinariamente os olhos de Rosina Regnau, que encontrára n'esse momento, melhor ainda, n'esse vocabulo, a chave d'um enigma que a preocupava dolorosamente.

Que esperança podia, pois, ter Rosina no seu louco amor? Mas, por outro lado, quem ha de dizer ao coração que é loucura amar? Como havia ella, allucinada pela paixão, de raciocinar comsigo mesma: «Tu és a pobre Regnau, a vivandeira franceza, que acompanhas o exercito vencedor; elle é o soldado do exercito vencido, e vencido elle mesmo. Não se póde transpôr um abysmo, muito menos dois.

Ao anoitecer veiu a carroça dos cadaveres, acompanhada pelo capellão militar, buscar o morto. Rosina Regnau deteve-se a contemplal-o, esquecida de que aquelle homem morrera amaldiçoando-a. Era-lhe defeso o falar. Se não fosse, haveria pedido uma oração pela alma do soldado Bénard, de alcunha La goutte. Graça Strech assistiu á cerimonia commovido.

E, como a cabeça do francez parecesse desequilibrar-se, Rosina Regnau procurou encostal-a ao peito carinhosamente. Não! apostrophou com extrema difficuldade Bénard não! Um francez... morre... encostado... a outro... francez... Eh! eh! rouquejou. E, procurando aprumar-se, disse com esforço grande de mais para o lance do passamento: Vive.. ... Fran... Não pôde concluir.

Fiz um enterro decente á signora Rosina, adquiri, com o auxilio do consul, o direito de a sepultar n'uma campa perpetua e mandei-lhe pôr um singelo epitaphio que diz: «Aqui jaz Rosina RegnauEscrevi para Portugal a dar parte do triste acontecimento, que me custou talvez mais Deus me perdôe! do que a morte de meu filho. Não recebi resposta, nem tornei a receber mais cartas.

Estas palavras não eram apenas a promessa d'uma revelação; eram a promessa da felicidade. Os acontecimentos não permittiram que, antes de Coimbra, Rosina Regnau pudesse affastar de si a nuvem do ciume que de ha muito lhe opprimia o coração. Muito primeiro o amára ella, porque o ciume nascera parelho do amor.

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