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O Silveira não teve mais mão em si. Avançou com decisão e reclamou alto que lhe permitissem domar êle o pôtro a seguir. Havia uma outra maneira de fazer aquilo, mais suave, mais racional, mais humana. Iam ver! De roda foi um espanto.

Uma das monstruosidades do passado, e ainda com predominio no presente, é a escravidão da conciencia. Horror e vergonha da Humanidade, foi Meza Censoria, depois de ser cátedra e pulpito, fogueira e pôtro, fôrca e anátema. Julgou sempre sem autoridade de juís, porque foi sempre verdugo. Nunca pôde ser lei pura, porque foi sempre suplicio e ignominia, patibulo.

Estes meios, sem exceptuar os proprios milagres, e além delles outros, taes como os trabalhos occultos da sociedade cujos gremios se denominam capellas, especie de maçonaria ao divino, de ha muito organisada, ou como as invectivas diarias de certa parte da imprensa ignobil e da imprensa politica, dirigidas contra as instituições liberaes, e ainda alguns desabafos, mais ou menos violentos, na imprensa litteraria, a proposito deste seculo ferreo, que não desconjuncta no potro, não pendura no patibulo, não esquarteja nem queima ninguem pelos erros ou acertos da sua intelligencia; tudo isso eram e são manifestações da reacção que vai lavrando; mas o partido liberal podia e devia tolerá-las, embora nem sempre fossem alheias á sancção do codigo penal.

Os negros atiraram-se ao chão, gritando que eram «demonios acordados»! Eu proprio e o barão ficámos surprezos: e o nosso assombro cresceu quando avistámos John, apparentemente montado n'um potro, fugindo aos galões para o lado dos montes, e ganindo como um desesperado. Um momento mais e vêmol-o sacudir os braços no ar, e de novo desapparecer, no matto baixo, com um baque tremendo.

Pegae em mim, amarrae-me áquelle pôtro onde a tendes manietada, sujeitae-me á tortura mais cruel, mais horrenda, não soltarei uma queixa, não me ouvireis um gemido! Mas libertae-a a ella, restitui-lhe a liberdade, concedei-lhe a vida, e eu bem direi a vossa generosidade, a vossa grandeza d'alma, e o meu ultimo alento será ainda um protesto, de gratidão para comvosco! Nada podemos fazer-te.

«Maldição sobre ti, Velho! que atraiçoaste «a historia dos teus Paes, e sobre mim galgaste «para chegar do Throno aos tragicos degraus! «Has de ouvir minha voz no meio dos saraus, «no meio das gentis duquezas decotadas «das camelias da Carne ás luzes desbotadas «quaes rosas de Saron aos gélidos luares; «has de ouvir minha voz no meio dos jantares «no fundo do teu sonho, em meio dos festins, «entre o tinir do copo, os cantos dos setins, «nos carros com brazões, de flexiveis mollas, «entre o gemer das flautas e os cantos das viollas! «Has de ouvir minha voz prenhe de vituperios «perseguindo-te até da treva nos mysterios, «chamando contra ti na voz de teus irmãos, «quando o teu labio abjecto oscule as régias mãos, «e a mão tinta de sangue ensanguentar a Corôa! «Eu serei, ó traidor, o cancro que te rôa «o dente que te morda, o espinho que te fira, «o escalpello que te abra assim como quem vira «á luz limpa do Sol uma bexiga cheia, «a lanceta que te abra a mais secreta veia, «o pôtro que te o mais horrivel trato, «o ferro em braza, o açoute, o caustico, o nitrato.

Está condemnada. Decide-te! tornou a voz Partes ou ficas? Pois bem, fico!... para partir com ella! Avançou desvairadamente para a sua amada, que, immovel, amarrada ao pôtro, parecia cahida em profundo lethargo. Beatriz, perdoa-me! murmurou elle. Não é a ti que eu apunhál-o, é a mim proprio... Seguir-te-hei no teu resgaste! Dizendo isto, cravou-lhe fundo o punhal no coração.

Lancei-me para , desesperadamente, sacudido aos galões do potro... E muito tempo galopei no descampado. De repente o poney, eu, rolámos com um baque surdo. Era uma lagôa. Entrou-me pela bocca agua putrida, e os pés enlaçaram-se-me nas raizes molles dos nenufares... Quando me ergui, me firmei no sólo, vi o poney, correndo, muito longe, como uma sombra, com os estribos ao vento...

Ia emfim dar a abundancia, o conforto que louva Confucio, á família Ti-Chin-Fú, e essa familia some-se, evapora-se como um fumo, e outras familias Ti-Chin-Fú surgem, aqui e além, vagamente, ao sul, a oeste, como clarões enganadores... E havia d'ir a Cantão, a Ka-ó-li, expôr a outra orelha a tijolos brutaes, fugir ainda pelos descampados, agarrado ás crinas d'um potro? Jámais!

Os cabellos em desalinho, a face pallida, a fronte banhada de um suor frio, não desfitava os olhos d'aquelle meigo e adorado vulto de mulher, a que tinha presa toda a sua existencia, todas as esperanças da sua juventude, todas as nobres aspirações da sua alma e que alli via, sem saber como nem porque, semi-morta, amarrada áquelle pôtro fatal, e prestes a cahir aos golpes de uma justiça occulta, que a mandava apunhalar!

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alindada

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