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Atualizado: 28 de julho de 2025
Paulina tinha os olhos fitos n'elle, olhos de dôr e compuncção. Se Fernando os visse, daria graças a Deus pela angustia que lhe era premiada com a maviosa paixão d'elles. O marquez gesticulou ligeiramente um cortejo de cabeça, e disse: Consta-me que em Portugal é toda a gente condecorada por façanhas das linhas do Porto! Toda a gente, não, senhor marquez disse Fernando.
Bartholo entrou nos quartos de suas filhas improvisamente, e encontrou-as empacotando e dobrando roupa de seu uso. Que fazem as meninas?! perguntou o pae com assombro. Paulina e Eugenia ficaram tolhidas, interdictas, e incapazes de responder um monossyllabo. Que estão a fazer, não ouvem?! replicou Bartholo examinando a roupa dobrada. Acudiu-lhe uma atroz suspeita. Fez-se côr de terra.
Está repousando para reassumir as poderosas faculdades de sua juventude, formosura e aspirações. Póde ser que, ao receberes esta carta, ella tenha já deixado o mosteiro pelas salas; e ámanhã deixará as salas pelo mosteiro. Paulina lê romances. Os personagens femininos, da novella moderna, são quasi todos a copia fiel da brilhante extravagancia do espirito.
Por isso mesmo é que eu tenho de ir em cata dos meus personagens lá fora, para alternar, com lances de estremecer, as frias historias que tenho posto em livros de que ninguem se espanta, e que passam por as mais frias, insipidas, e inertes lucubrações do espirito humano. Esta agora, sim! Paulina cortou o folego da imprecação para ir escrever a Fernando.
Eu tenho o presentimento de que ainda hei de provar-lhe que me não vexo da baixeza do meu nascimento... esta dôr foi uma irreflexão, meu pae. Tem o coração estes desgraçados caprichos... Caprichos, e mais nada... Se Paulina me perguntar quem sou, dir-lhe-hei quem sou; se quizer saber quem é meu pae, dir-lhe-hei ufanamente quem é meu pae.
E o que é a ventura sem o menor desgosto, minha querida Paulina? perguntou Fernando, já meio aturdido pelo magnetismo d'aquella voz, d'aquelles olhos, d'aquellas roupas brancas, d'aquella luz, d'aquelles braços, que, a tremerem, se lhe ousavam enlaçar no pescoço com o mais pudico despejo das almas puras, que tudo fazem com a mais santa das intenções.
Eugenia fez signal a um francez, que não era principe, nem duque, nem se quer especieiro rico: era um pintor, um amigo querido de Bonaparte. Senhor Leopoldo Roberto disse ella conhece aquelle portuguez que está falando com a princeza Carlota? Fernando?... Conheço-o desde que elle chegou a Florença respondeu o palido mancebo. Achei-o um desgraçado. Desgraçado?! atalhou Paulina.
Não, senhor; queria dizer-lhe que Paulina Briteiros não é mulher que algum homem possa victimar, por mais infame que ser possa; ora eu, meu pae, amo-a com esta paixão que vê. O mundo não nos perdoaria a culpa de nos unirmos contra a vontade de seu pae? O mundo não vos deixaria unir sem grande perseguição, filho.
O que nunca poderás esquecer é que o homem, que te não servia para o coração, tinha alguma boa qualidade que ha de eternamente viver em tua memoria. Antes esquecido por ti, que deshonrado por amor de ti, Paulina.
Relanceou os olhos sobre a mesa, e viu na capa d'um grosso volume de papel almasso esta palavra Paulina. Lançou rapida mão ao livro. Leu das ultimas paginas escriptas as linhas finaes, que diziam assim: «Porque te vejo ainda, ó abençoado anjo do meu infortunio! Que luz é que tu me mandas em sonhos, se o meu despertar é sempre no meu abysmo de saudade?... Ainda te verei, ó Paulina?...»
Palavra Do Dia
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