United States or Belarus ? Vote for the TOP Country of the Week !


Ella tinha sahido, quinze dias antes, de uma enfermaria do hospital de Santo Antonio, quando a sua visinha, mais feliz, era levada, ainda morna, em uma padiola para o theatro anatomico. A devassidão emparceirada com a morte mandaram aquelle esqualido presente ao escalpello da sciencia.

Os pés calcam hervas espesinhadas, que tambem deitam fóra o seu sonho; esquece-se ao das fontes vendo-as jorrar e põe-se a respirar fundo, querendo imbeber-se d'aquelle ar carregado de vida. De repente cahe um d'estes chuveiros de primavera, precipitados e rapidos. A chuva que tomba é morna.

A brisa, ainda morna, traz-nos o aroma dos trigaes, de mistura com o resinoso do matto, que morenisa a pelle e põe nos labios um sabor acre. Os rebanhos tilintam vagamente; vão cantando na estrada as cotovias.

Mas, vejo-te tão morna, depois duma resolução tão nobre... Maria, minha devéras. E conta-me o que te levou a chamar-me. Dize-me que me queres. Que sou o escravo do teu amor... E, solto da capa, apertava-a contra o corpo, despindo-a, e listrando a beijos a sua carne morena... E ella, afastando-o com mansidão, deslumbrada: Deixa-me ver-te com olhos de Artista.

A detonação alarmaria tôda a casa, Júlia acudiria, aos gritos, pousaria, talvez, o primeiro e último beijo na sua fronte ainda morna e lívida, levaria para a cova o encanto, a revelação, o perfume dêsse beijo derradeiro que lhe aurorizaria a morte. Fechou, porêm, os olhos horrorizados.

Entrou na cozinha, deu sorumbaticamente as boas noites, pediu que lhe levassem ao quarto uma escudella de agua mórna para lavar os pés, e, allegando uma violenta dôr de cabeça, despediu-se do pae e recolheu á alcova. Queres que te traga a ceia, João? perguntou-lhe Helena quando lhe foi levar a agua. Não; não quero. Não me appetece comer. Eu não sei o que tens, João!

Deviam ser assim os olhos de Julieta, Quebrado o doce olhar em morna languidez, Quando vinha ao balcão falar ao meigo poeta, Ao classico Romeu do grande poeta inglês. E os seus olhos azues, dois sonhos sideraes, Eram na bella face alabastrina, as puras Emanações da luz astral dos Ideaes, Eram dois mares vaporosos de tonturas.

Uma temperatura morna que fazia inchar os gomos das árvores e das madre-silvas dos valados que em maio se cobriam de florações e ofereciam embalo e perfume aos ninhos inocentes convidava aos lentos, agradáveis passeios. Nuno, sentindo o coração desopresso e ligeiro, corria a levar a Júlia a bôa nova, em palavras comovidas e risonhas, interrompendo-a no seu trabalho.

Em frente, atravez uma pequena garganta, entre duas collinas, as aguas do rio e os salgueiros mimosos, balouçando-se, lançavam um brando alento de movimento e frescura sobre a morna placidez do valle. Aqui e além, erguiam-se os choupos, corajosamente, brandindo ao vento as tenues folhas.

A poeira do Chiado é uma especialidade curiosa, interessante, tão romanesca como a sombra da mancenilha. Esta poeira é fina, miuda, subtil como a veloutine de Lubin. Ligeiramente tocada pela aza morna do vento leste, ensinua-se, entranha-se, penetra docemente, consoladoramente, profundamente como a calumnia.