Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 28 de junho de 2025


O irmão d'esta senhora, Gustavo de Magalhães, o sensato academico que na Irmã Dorothea vimos desempenhar um curto mas sympathico papel como amigo de Julio de Montarroyo e do infeliz Norberto de Noronha, doutorara-se em direito e, impulsionado pelo talento, fôra abrir banca de advogado em Lisboa, onde conquistou rapidamente uma reputação brilhantissima de orador e jurisconsulto notavel.

O padre Manoel encolheu os hombros: Pois v. ex.^a julga...? Julgo que ha de haver um motivo para que tal boato se espalhasse, como creio que o sr. Julio de Montarroyo era incapaz de vir affirmar coisas que não tivessem succedido, ou que pelo menos se lhe não tivessem affigurado... O nosso dever, pois, é tirarmo-nos de duvidas e esclarecer quanto possivel este mysterio. Está bem!

Julio de Montarroyo não é d'aquellas que se curam com synapismos e xaropes receitados pelo medico. O que quer então v. ex.^a que se faça? Que v. s.^a cumpra o que prometteu... Que encarregue alguem de sua confiança para vigiar o templo da Senhora do Porto e vêr se realmente Julio de Montarroyo tem razão e os habitantes de Thayde tambem...

Alvaro dizer muitas vezes que o patife do padre Inxelmo inté uma vez escreveu uma carta muito bem escrevida, co'a letra da sr.^a D. Helena, a dizer ó pae d'ella que estava em Coimbra com um sujeito com quem se queria casar, e no fim de contas vae-se a vêr e estava mas era agachada em casa do Perneta! Julio de Montarroyo deu um salto na cadeira.

Julio de Montarroyo? Disse-me o Gustavo que v. ex.^a comprou a casa de Norberto de Noronha. A casa de Helena, minha senhora...

Sim... sim... eu vi um homem encostado á hombreira do portico, e quando eu, julgando-me , elevava áquella imagem, a minha fervorosa prece, ouvi uma voz que chamava por mim. Fugi espavorida e durante muito tempo ouvi repetir o meu nome... E a voz que o repetia parecia-me a d'elle... Não te enganaste... Era elle, era Julio de Montarroyo que te chamava.

Passei assim mais de uma hora, encostado á porta principal do templo, sem fazer um movimento, quasi sem respirar. Que estranha imprudencia a sua, sr. Julio de Montarroyo! não pôde deixar de exclamar a irmã de Gustavo. Se não estava ninguem no local, como pôde permanecer tanto tempo encostado ao templo, debaixo d'um temporal desabrido, provocando um arrefecimento que podia prejudicar-lhe a saude?

O maior beneficio que lhe podemos fazer é deixal-o entregue á sua grande tristeza, á sua enorme e insanavel dôr. Julio de Montarroyo começou, pois, a ser uma figura estranha ás alegrias ruidosas d'aquella vida campesina, passada em convivencia intima de amigos. Os dias do melancholico amante de Helena de Noronha decorriam-lhe n'uma taciturnidade de espirito aterradora.

Julio de Montarroyo, cahindo n'um mutismo aterrador, velou-lhe o cadaver e acompanhou-o á sepultura, frio e impassivel, como se fora um cadaver tambem. Nem aos olhos lhe assomou uma lagrima nem de seus labios sahiu um gemido, ao vêr desapparecer para sempre no da sepultura a face da mulher que tanto amara! Conclusão

Como arranjou você esta carta? São d'ella!? disse por sua vez o Tomba muito admirado. Se esta carta não é escripta por Helena tornou Julio de Montarroyo então alguem lhe imitou a lettra e a assignatura. O mestre dirá quem foi... E a carta o que diz, ó sr. Julinho? interrogou o sapateiro com grande interesse. Pois você não o sabe, mestre? Eu não, senhor!

Palavra Do Dia

adviriam

Outros Procurando