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Julio de Montarroyo recuara um passo aterrado diante d'aquella moribunda que, com os olhos desmesuradamente abertos e os labios como que a reprimirem um grito de surpresa, o observava apavorada. Não esperava encontrar-me tão velho, não é verdade, Helena de Noronha?
O Tomba, solicito, fretou um carro em que entraram os tres, com recommendação ao cocheiro de que urgia chegar breve. Ás 9 horas da noite, o carro parava á porta de Julio de Montarroyo.
Julio de Montarroyo, mas que não o deixaram fallar com elle por estar doente, e por isso que deseja dar só uma palavrinha á senhora. Mande-o entrar, e o Francisco que fique de vigia, que não vá ser algum mal intencionado. Não me parece... Só se fôr algum desgraçado que use d'este meio para pedir abrigo por esta noite... Bem; vejamos o que elle quer.
Assim, Julio de Montarroyo sentia grande lenitivo á sua magoa quando podia referir á irmã de Gustavo toda a grande chaga incuravel que Helena de Noronha lhe abrira no peito; e a amiga de Helena tambem não se sentia menos feliz quando podia recordar, na presença de quem bem a comprehendia, todo o enorme thesouro de venturas que perdêra com o marido e com o filho, prematuramente mortos.
Então Julio de Montarroyo contou a D. Aurelia que tivera repetidas entrevistas com Helena no convento do Sardão; que ahi combinára com ella a fuga, quando uma inesperada e repentina enfermidade veio transtornar todo o plano concertado entre os dois; e que, sendo compellida a seguir para Paris, lhe escrevera uma carta convidando-o a ir esperar noticias d'ella na grande capital do mundo civilisado.
Custodio de Jesus, seu pretenso progenitor, recebeu madre Paula a noticia de que Julio de Montarroyo se havia suicidado sobre a sepultura da Irmã Dorothea, legando uma parte dos seus haveres ao mestre Tomba e a parte restante a D. Aurelia para obras de caridade.
Minutos passados, madre Paula, padre Filippe e Julio de Montarroyo, acompanhados por mestre Tomba, entravam em casa de D. Aurelia.
Não, não, mestre Tomba, não pense n'isso, que é uma coisa que não pode fazer-se... Está bô! Vossa incellencia que o diz, lá sabe a rezão porquê... O Tomba partiu para o Porto muito resolvido a envidar todos os esforços para conseguir que madre Paula visitasse Julio de Montarroyo. Eu armo-lhe uma intrujice e ella cae logo pensava elle.
Julio de Montarroyo, amou Helena de Noronha com uma paixão que tornaria feliz a minha pobre amiga, se ella tivesse podido apreciar como eu toda a vehemencia do seu affecto! Helena, minha senhora, sabia bem quanto eu a amava... Sabia e não lhe correspondeu a esse amôr que preencheria as mais ardentes aspirações de um coração sedento de affectos? Correspondeu!
Tu mais infeliz do que eu, não amaste... Porisso, o fel do teu odio se converteu em veneno mortal para aquelle que te perdeu... Não amei, dizes? Amei, sim... amei um homem que teria feito de mim a mais venturosa das mulheres se, na hora em que o encontrei, eu não fosse já indigna da estima de um homem de bem. Fallas de Julio de Montarroyo? Fallo, sim, Paula! Amei-o com todas as véras da minh'alma.
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