United States or New Caledonia ? Vote for the TOP Country of the Week !


D. Aurelia sahiu a chamar a criada e a dar ordem para que tratassem a infeliz com todo o desvelo, seguindo as indicações do medico.

Ao vêr entrar D. Aurelia e o padre Manoel, estendeu os braços para elles, exclamando:

D'ahi a instantes, a criada de quarto de D. Aurelia entrava na sala a indicar aos hospedes que os seus aposentos estavam preparados. Duas amigas No dia seguinte, muito cêdo ainda, Helena de Noronha que passára a noite socegada, accordou inquieta e perguntou á creada se tinha chegado uma senhora que devia vir do Porto.

Devemos perdoar aos mortos tornou D. Aurelia n'um tom de suave recriminação pois não é justo que vamos revolver-lhes o da sepultura para desenterrar crimes de que a justiça humana lhes não tirou contas e que, affectos ao tribunal da justiça divina, a Deus pertence julgar...

Então, quem temos por doente? disse elle ao encarar D. Aurelia vejo que não é v. ex.^a. E antes assim. Felizmente, doutor, não sou eu a que preciso dos seus soccorros. Trata-se de uma pobre creatura que foi encontrada cahida, sem accordo, na estrada, e que eu mandei buscar e recolher pelos meus criados. Onde está ella? dentro, no quarto onde mandei arranjar-lhe uma cama. Vamos vêl-a.

O sr. padre Manuel é sempre demasiado lisonjeiro para mim replicou D. Aurelia sorrindo. Não tenho pretensões a arvorar-me em sacerdotisa. Faço o bem que posso e valho ao meu semelhante sempre que elle precisa do meu soccorro, quer temporal quer espiritual. V. ex.^a é inquestionavelmente uma santa! affirmou o padre sahindo. D. Aurelia passou ao quarto da doente.

O que me parece opinou D. Aurelia é que tudo isso não passa de uma grosseira invenção d'algum malevolo inimigo da D. Rita, que nem mesmo depois de morta quer deixar-lhe o descanço da sepultura... O sr. padre Manoel não ignora quanto é e ás vezes profundamente perversa esta gente da aldeia, perseguindo com os seus odios, ainda além da campa, aquelles que em vida lhe não mereceram sympathias...

Não pôde então conhecer quem fôsse a estranha penitente? aventurou-se a dizer D. Aurelia. Os meus olhos não puderam distinguir-lhe as feições, mas o meu coração reconheceu-a. Era Helena, era a filha de Norberto de Noronha, a antiga herdeira d'esta casa, a penitente que eu surprehendi esta noite em Nossa Senhora do Porto!

Queria tornou a doente que tivesse a bondade de abrir um pouco aquella janella e attentar no meu rosto... D. Aurelia satisfez o desejo á doente e ficou-se fitando-a, sem poder reconhecel-a. Não me conheces, Aurelia? balbuciou a infeliz por entre lagrimas. Tens razão! Estou tão mudada que nem meu proprio pae me reconheceria, se fosse vivo e me visse agora!

Mas observou D. Aurelia se a mysteriosa penitente, surprehendida por v. ex.^a, fugiu, é que não quer ser vista; e sabendo que é conhecida a sua frequencia n'aquelle sitio, áquella hora, certamente não voltará com receio de ser novamente surprehendida... Mórmente se v. ex.^a acertou chamando-lhe pelo nome verdadeiro...