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Atualizado: 9 de outubro de 2025
N'esse vasto templo, sonhado pelo rei de Hespanha, o amor e a saudade entralaçarão os longos cordões de pedra que formarão as columnas, tecerão as formosas rendas de marmore que se recortarão em ondulações caprichosas, elles ambos architectarão as abobadas, levantarão os altares, guardarão, como dois anjos lacrimosos, o cinerario de Mercedes.
Uma onda de sangue, jorrando do peito d'esse fidalgo toireiro, quiz parecer ruim vaticinio. Entretanto, o rei de Hespanha dava-se por indemnisado de quanto havia soffrido em tão verdes annos. Mercedes era, finalmente, sua. Ao mesmo passo julgava-se forte para soffrer no futuro. Tinha sobre o seu coração um escudo de aço: era o amor da rainha.
E quem sabe? quem sabe se este céo de Portugal, este bello céo que é naturalmente quem nos faz amorosos, tão amorosos que até no extrangeiro temos fama de o ser, quem sabe se elle não emprestou para os idyllios de Mercedes os seus reflexos azues e as suas aureas radiações, se elle não contribuiu para divinisar na alma da gentil princesazinha a imagem adorada de seu primo?!
Ao contrário, com mais êsse pequeno escândalo o seu nome não fez senão ganhar em fascinação, em poder, em comovido interêsse e mundanal prestígio. Abroquelada na sua individualidade melindrosa e rebelde, Maria Mercedes nem a todos os preceitos se amoldava daquele salutar e primitivo viver da estancia.
Quem sabe, ai! quem sabe! se Mercedes, a noiva ditosa, ao inclinar a fronte deante do patriarcha das Indias para ligar o seu destino ao do rei de Hespanha tão moço e tão namorado como ella, não relanceara involuntariamente o olhar para aquella capella que escondia um tumulo, e não sentira no coração a dôr lancinante de uma punhalada vibrada por mão invisivel!
Essa poeira, como se fôra uma chuva de fogo, crestára lentamente, invisivelmente as flôres do boudoir de Mercedes. Quem sabe se a pobre rainha, ao vêr languescer a primeira flôr do seu noivado, não lêra nas pétalas desbotadas um vaticinio horrivel!
Os habitos democraticos de Luiz Filippe fizeram impressão em França; o rei quiz que seus filhos frequentassem as escholas publicas. D. Antonio de Orleans seguiu, n'este ponto, a tradição paterna. Como seu primo, Mercedes foi uma simples collegial. Usava, como as outras creanças, chapéu de palha com grandes abas, vestidos curtos, botinas sem saltos.
A 1 de janeiro de 1915, dando-me as boas festas, accrescenta logo: «Sinto-me num estado de espirito tão desolado e abatido que nem posso conversar á vontade com os amigos mais queridos. A Mercedes anda outra vez doente e eu estou com immenso receio que seja uma nova poussée do antigo mal. Trago o coração em sobresaltos.»
Entrando nos seus aposentos, mandou chamar o presidente do conselho de ministros, com quem se demorou conferenciando largamente. A esse tempo, o canhão annunciava á capital das Hespanhas que a rainha Maria de las Mercedes era um cadaver. O telegrapho communicava para França, á avó e aos paes do rei, a triste noticia: «Roga a Deus pela alma da minha Mercedes, que está no céo.
Ficaria o encontro então para a noite, sôbre o jantar. Disposto pacientemente a esperar, o Silveira correu a coluna de anúncios dos espectáculos, na Prensa e viu que naquela noite havia no Palace Théâtre uma função em benefício de La Caja Dotal de Obreras, pia instituìção patrocinada pelas damas da primeira sociedade. Lá estaria certo o rapaz. E possívelmente Maria Mercedes...
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