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Atualizado: 19 de julho de 2025


Partiu-se o Regente para Evora, e assi os embaixadores, e ao dia que tinha posto foram juntos os procuradores, onde o Infante por si lhes propoz com largo recontamento a necessidade que o movera aos chamar, e assi lhes apresentou a embaixada presente, resumindo as outras passadas da mesma sustancia, cuja conclusão era que El-Rei de Castella requeria que por bem e paz d'este reino, El-Rei e seus irmãos fossem entregues á Rainha, com inteira governança do reino, se não com força e por guerra de Castella se faria, rogando-lhe que sobre todo consirassem, e como bons portuguezes e leaes vassallos d'El-Rei lhe dissessem o que devia dizer e fazer; havendo sempre respeito ao que mais fosse serviço de Deus e honra d'El-Rei e bem de seus reinos.

El-Rei se foi na entrada do mez de Maio a Arronches, e com elle o Principe seu filho, a que deu as provisões que cumpriam para inteira governança e regimento do reino de Portugal em que ficava, e assi outras declarações secretas como por via de testamento, em que quiz e declarou que todalas graças e doações, que durando esta empresa e necessidade de Castella a quaesquer pessoas fizesse, que passassem de dez mil réis de renda, não sendo aprovadas, consentidas, e assinadas juntamente pelo dito Principe seu filho, fossem de nenhum valor, como cousas por constrangimento e sem vontade outorgadas.

E El-Rei como quer que d'outros senhores e grandes homens fosse para a capitania e governança da dita villa requerido, fez capitão d'ella juntamente com Alcacere, que aos mouros tinha tomado, a D. Anrique de Meneses, conde de Valença, a quem publicamente disse muitas virtudes e merecimentos para isso, que faziam todos por muita sua honra e louvor.

A Rainha com os de sua parte requeriam para ella toda a governança em solido, assi como no testamento d'El-Rei ficára determinado: os povos geralmente com outros da parte do Infante D. Pedro requeriam o regimento para elle sem outra ajuda nem companhia, allegando que a Rainha por muitas razões não devia reger; e d'este voto foram Pedro de Serpa, e Vicente Egas, cidadãos e procuradores de Lisboa, homens honrados, bem entendidos, e de grande autoridade.

E a El-Rei D. Affonso por governador d'elles, pedindo lhe finalmente que aceitasse a dita governança, e casasse com ella, o qual testamento foi logo trazido a El-Rei D. Affonso, que estava em Extremoz, no mez de Dezembro do dito anno de mil e quatrocentos e setenta e quatro, sobre o qual El-Rei logo teve grande e geral conselho, para que foram alli juntos com El-Rei e com o Principe todolos grandes e principaes do reino.

Guardados alguns momentos de silencio, continuou, com amargo sarcasmo: Por que te não fazes politico? Por que não vaes tambem para a taberna do Canada dizer tolices sobre a governança do paiz? Talvez levasses comtigo alguns tôlos, e tinhas n'isso uma recommendação poderosa. Olha para aquelle basbaque do morgado das Perdizes... ahi tens um influente... Imita-o... Mas dize: o que tencionas fazer?

O Infante D. Pedro, como era Principe justo, bom, e temente a Deus, foi de suas palavras assaz contente; e com outras de grande reverencia e acatamento lh'as teve muito em mercê; e depois d'alguns meios, sobre que entre si debateram, finalmente foram acordados d'esto: «Que com a Rainha ficasse o cargo da criação de seus filhos, e com a governança e ministração de toda a fazenda; e ao Infante ficasse o regimento da justiça e o titulo de defensor dos reinos por El-Rei

E não sem grandes dôres e gemidos do povo que o muito sentiam. Cometeo o Principe e deu por autoridade d'El-Rei o inteiro regimento e governança do reino á Princesa D. Lianor sua mulher. E com ella ordenou e leixou pessoas d'autoridade e letras e bom conselho, com que nas cousas do reino se aconselhasse, e proveo as fronteiras de capitães, alcaides, e gentes como cumpria.

O conde de Barcellos mostrava d'este feito não ser contente, e desejoso de haver para si alguma parte do Regimento, e por enfraquecer ao Infante seu poder fez e ordenou certos capitulos em fórma de Regimento, que o Infante havia de ter em sua governança. Pelos quaes todolos feitos principaes tirava de seu juizo e os remetia ás côrtes, que cada anno apontava que se fizessem.

E segundo ho que acho, e pude comprender, tres rezoens ouve, e todas sem cauza, nem rezaõ, porque ho Ifante D. Affonso se moveo ha esta sua desobediencia contra seu padre, das quaaes ha primeira foi em Beja, por sentir que ElRei D. Diniz queria grande beem ha D. Affonso Sãches, e aho Conde D. Joaõ Affonso seus filhos naturaaes, hos quaaes segundo se acha nom serviam, nem catavaõ aho Ifante como elle desejava, e merecia, e deste conto nom era ho Conde D. Pedro tambem seu irmaão bastardo, e de todos hos bastardos ho mais velho, porque sempre seguio ha parte do Ifante, e por esso foi ha requerimento de D. Affonso Sanches desterrado de Portugal pera Castella, e todas suas teerras, e fazenda tomadas, e depois retornado, como aho diante se diraa, e ha segunda cauza foi ha grande cobiça, e desordenado desejo, que sempre teeve de aver, e cobrar pera si has riquezas, e tezouros delRei seu padre, e ha terceira por querer, que em toda maneira ElRei deixasse, e tirasse de si ha Justiça, e Governança do Regno, e livremente ha deixasse ha elle.

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