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Atualizado: 18 de julho de 2025
Estas palavras fizeram pensar a Adalberto que, nos detalhes da vida ordinaria, aquelle homem era talvez menos mau do que a velha. O que mais o espantava, era a frieza de Gella, a quem os gritos de dôr não tinham feito chorar. Lembrava-se das lagrimas de sua irmã Camilla, por causa d'um cão que julgaram damnado e que fôra preciso matar.
E a velha? oh! a velha, ainda lhe fazia mais medo; a impressão que ella produzia no seu cerebro fatigado, e sobre os seus nervos doentes, era pouco mais ou menos a mesma impressão produzida pela feia ratazana que se agitava na escuridão. E Gella? ah! Gella! teria talvez sido boa! Porque não tinha elle respondido quando ella lhe disse tão devagarinho: Pequeno, estas tu ahi?
Uma coisa sobretudo entristecia Adalberto. Tinha um coração delicado e leal que lhe dizia: «A pobre Gella teve confiança no papá, que lhe deu a sua palavra de honra. Agora que está presa e que o Hercules é perseguido, vae julgar que a enganámos, que eu sou um ingrato e que o papá não cumpre a sua palavra. Oh! que desgraça, meu Deus, que desgraça!»
Para descançar, torcia os membros da maneira mais grotesca, deitando-se para traz e levantando uma cadeira com destreza, engulindo pedras, comendo fogo... que sei eu? Adalberto estava espantado! Só tinha, comtudo, um pensamento, vendo trabalhar a companhia; era achar meio de se evadir. Mas como? Ás vezes pensava em implorar Gella; mas conhecia-a elle bastante?
N'este momento, diante de Gella e de Deus, o desgraçado pequeno esqueceu o seu paiz, a sua familia e a si proprio; viu só o sangue que corria por amor d'elle, e, exaltado pelo duplo sentimento de uma devoção profunda e de um igual reconhecimento, deitou-se aos pés da pobre rapariga e fez este juramento: Ó Gella, eu juro que nunca mais fugirei, em quanto estiver a seu cargo; dou-lhe a minha palavra de honra!
Azedada pela fadiga, pela miseria, e pelos incommodos da idade, era o verdadeiro typo de tyranno da companhia. Praxedes queria mal a todos. Embirrava com seu genro a quem chamava o homem de ferro, e que ella detestava; com Gella, que não lhe tinha respeito algum; com seu neto Karik, que lhe resistia praguejando já como seu pae.
A alma d'aquella rapariga: tinha-se revelado a si mesma pela compaixão; pensou que sendo grande e forte, tanto quanto o seu protegido era pequeno e delicado, podia poupar-lhe a extrema fadiga do caminho no estado de fraqueza em que elle se achava. N'esse momento, o vento abrandou, o céo aclarou-se, e Gella viu que o pequeno estava todo preto. Que tens tu, Mustaphá?
Quando o silencio se restabelece, a criança conserva-se no mesmo silencio, e agora, que Gella o não persegue, quereria ouvir ainda a bulha dos seus passos; mas nenhum som lhe chega aos ouvidos a não serem oito pancadas vagarosamente dadas por um relogio, a que um homem sem duvida deu corda antes de deixar a casa. Foi pois habitada, ou pelo menos visitada, não ha muito tempo esta casa?
Então a pallida e adoentada Tilly deitou-se sobre a pobre criança a quem chamava irmão, por causa da sua desgraça commum. Perdão, perdão! gritou ella, oh! não lhe faça mal. Mas a velha, como se não ouvisse esta supplica afflictiva, batia á vontade para vingar a sua gamella. E Gella?
Elle deixa-se escorregar, transido de medo, pelo muro abaixo, e vai cahir sobre não sei que, d'onde, com o peso do seu corpo, faz levantar uma nuvem de poeira acompanhada de um som desconhecido. Onde está elle? a pobre criança não sabe, mas ouve o roçar de um vestido na barra de ferro da fresta; Gella parou, chama, escuta, falla: Pequeno, estás ahi? responde-me, dize-me se estás ahi?
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