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Oppozera-se José Francisco á recepção da morgada para haver de casar com José Hypolito, filho do Manuel Colchoeiro; mas força maior obrigara os Alvarães a protegerem o amanuense. Ás vezes, o futuro conego pasmava-se a contemplar Felizarda, e sentia em si as suaves dôres da natureza em parto do primeiro amor.

As diversões da vida, convencionalmente chamadas prazeres, não perturbaram a suave monotonia de Romaris. D. Felizarda apenas conhecia na arte dramatica o «Santo Antonio» de Braz Martins, e a «Degolação dos innocentes» por onde entrou na vida infame de Herodes. As noites de dezembro aligeiravam-se em Romariz a dormir. Ceavam e digeriam serenamente.

Direi do amanuense da camara municipal de Barcellos. Era um sugeito que perlustrara as regiões da sciencia por toda a extensão do Manual Encyclopedico do sr. Emilio Achylles de Monteverde. Era author de charadas impressas. a Felizarda 6. Tinha este moço, José Hypolito de nome, immensa na briza, no paul, na junça, e no archanjo da poesia de 1840.

O pai e a mãe receberam-na nos braços, offegantes de jubilo, a pedir-lhes perdão da sua doudice. Silvestre abraçava José Francisco Alvarães, chamando-lhe o salvador da sua filha e da sua honra. A santa mãe de Felizarda olhava para o estudante com os olhos cheios de riso, e dizia: Não queira ser padre, sr.

D'uma vez que Felizarda enxugava as lagrimas, ouvindo ler o adeus que o pai enfermo lhe enviava, José Francisco, transportado n'um rapto inconsciente de enthusiasmo, pegou-lhe da mão e disse com ternissima meiguice: Não case contra vontade de seu pai... Tenha pena d'elle, que está tão acabadinho...

Em 1826, quando Silvestre desesperava da fecundidade da esposa, em annos bastante serodios, deu-lhe ella uma menina que se chamou Felizarda. Aos oito annos, a moça, filha unica, e conhecida pela morgadinha de Romariz, bastante espigada e gorda, levava folgada infancia. Aos dezoito annos, compozeram-se-lhe as feições com proeminencias grandes, mas esbeltas.

Josésinho... Olhe que o meu homem disse que se vossa senhoria quizesse a nossa rapariga, que lh'a dava, e eu tambem. José olhou estupefacto para o velho; Silvestre intendeu o espanto, e disse-lhe: Não olhe para mim, que eu não sou o que caso; olhe para a minha filha, e veja o que ella diz. Felizarda, queres casar com o sr. José Francisco? Se o pai quizer... tambem eu.

Felizarda creara-se sem lettras, e vivia, a respeito de litteratura, como as raparigas gregas antes de Cadmo, filho de Agenor, introduzir na Grecia o alphabeto phenicio; mas, em compensação, tinha muita flôr nativa e fresca de acres aromas n'aquelle afflante seio, e folgava de ouvir trovas de chula e desafios de cantares em que ás vezes a phrase estava pedindo a intervenção da policia.

A fertilidade do peito dizia com a curva tumescente das espaduas. Felizarda tinha uns archejos de cansaço que lhe alindavam o carmim do bom sangue.

No morgado da Camoeira succedeu o 2.º visconde de Souto de El-Rei pelo seu casamento com D. Francisca Felizarda de Lencastre, filha de D. Guiomar de Camões, senhora de Abbadim e Negrellos. Uma filha d'estes viscondes, D. Guiomar, casou com Gonçalo da Silva Alcoforado. Está, por tanto, o sangue dos Camões em todos os descendentes da mulher do 1.º visconde de Souto de El-Rei.

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