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Atualizado: 3 de novembro de 2025
Com uma voz argentina e leve tremor de commoção, principiou lentamente e no meio de um religioso silencio a recitar os versos da narração, os quaes, como o leitor já sabe, não eram os do auto, que mestre Pertunhas se estafára a ensaiar. Os versos que Ermelinda recitou diziam assim: Desci dos celestes córos, Por Deus mandada a escutar Da infancia as queixas e os choros, Para lh'os ir confiar.
Augusto, ás vezes chego a ter pena de que isto nascesse minha filha. Ermelinda fitou o pae com olhos espantados. Sim, filha, proseguiu elle. Deus não te devia dar a um homem como eu, que emfim... Com os diabos! lá alma e coração... não quero que haja ahi quem me leve a barra adeante.
As meninas tinham o mesmo syncretismo dos caixeiros; admiravam a elegancia do Alberto, achando esbelta a figura, o penteado, a maneira de trazer a camelia, a curva artistica do bigode. As mais curiosas examinavam furtivamente os berloques do relogio, procurando surprehender alguma bijouterie symbolica de coisas de namoro. A Ermelinda primava entre todas n'essa muda contemplação extactica.
O pae ficára atraz a pôr em ordem as roupas e mais objectos que serviram no auto. Esperava por ti, Ermelinda, para te dizer adeus disse Angelo. Então vae-se embora? Vou ámanhã respondeu Angelo, com a voz presa de commoção. Muito cêdo? De madrugada. Os dois calaram-se por algum tempo, olhando para o lado. E agora quando volta? Eu sei lá? agora... só para agosto. Novo silencio. Então... adeus...
Ahi tem o resultado, perdemos por sua culpa... E voltando-se para Ermelinda: Toca alguma coisa, menina; não sei para que te serve a habilidade!... Já vou, papá... E sentou-se ao piano, o Alberto ao lado, voltando-lhe a musica.
Mas que me importa ella a mim? perguntava a si proprio e insensivelmente os seus olhos cravavam-se em Ermelinda, toda formosa no seu vestido branco, um bello ar de virgindade pudica, como as esposas do Senhor nos dias de noviciado. mas, que raiva esta!... Ora, ora!...
E era assim que Ermelinda se via gradualmente rechaçada das suas relações, accommodando-se no seu isolamento humilhante, um desejo de ver as outras cahir tambem, azedando-se n'uma fermentação acre de vinganças miudinhas, uma aspiração malquerente para com a sociedade, que a repellia injustamente, a energia quebrantada, amollecendo n'uma lassidão vadia de temperamento, um grande desmazelo de si, a vida figurando-se-lhe um fardo pesado, que tinha de arrastar no caminho ingreme da fatalidade.
A simplicidade do vestir concorria para esse effeito. Ermelinda trazia uma longa tunica alvissima e de amplas mangas, que lhe descia solta dos hombros sem sacrificar a menor belleza dos graciosos contornos e esbeltas proporções d'aquella creança, que promettia ser uma mulher esculptural.
Ermelinda era toda ouvidos a escutal-o. Passadas horas, Angelo levantou-se e despediu-se, para sair. Onde é que vae? Vou visitar Augusto, que deve estar agora em casa. E ainda o não viu? Ainda não. A minha primeira visita foi esta. Então vá, que elle deve estar morto por o vêr. Ah!... já sei a pessoa a quem vae pedir os versos! Quem te disse que Augusto os fazia?
De uma o ouvi agora mesmo. Foi Ermelinda. Ah! A outra foi Lena. Le... A sr.^a D. Magdalena?
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