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Atualizado: 3 de novembro de 2025
Veiu para o quarto, releu de novo; a D. Clementina dizia-lhe: «Peço-lhe o obsequio de me vir fallar immediatamente; trata-se de arrancar a pobre Ermelinda a um martyrio cruel.» Mas que martyrio será este, ein?...
Qui tem você, commendador? Não reparou o amigo Lourenço n'aquella moça que está além!... Maganão! disse, batendo-lhe uma palmadinha no hombro. Não, mas repare, se parece ella muito com a Ermelinda, do Jorge!
Mas agora, lembrando-se que Ermelinda ia ser d'outro, que a veria todos os dias, sorrindo com a meiguice do seu olhar para o marido que lhe daria o braço, sentia um mal estar, um como desejo de ser mau, oppondo-se ao seu casamento, contrariando-lhe a felicidade, não por que aquillo lhe importasse... mas, não sabia explicar, sentia-se encommodado, a final de tudo.
Ermelinda approximou-se; tomando a carta das mãos de Augusto, começou a lêl-a com intensa curiosidade. Zé P'reira proseguiu no seu monologo: A religião, senhores dissertava elle não manda tal... Isso é que não manda... A religião é a palavra de Deus... e Deus disse... sim... Deus disse... Deus disse muita coisa... Disse que por este deixarás pae e mãe.
Quem lhes ordenou... Deus? Se Deus é assim, se Deus quer estas crueldades... Deus não é Deus, e eu não o reconheço nem adoro! Ermelinda tremia de terror, ouvindo estas palavras, que a irritação e o desespero estavam dictando ao pae.
Se ainda não experimentou o amor e as alegrias de pae, como ha de imaginar a dor, que a morte de uma filha unica nos traz ao coração?... A minha pobre Ermelinda!... Parece-me ainda impossivel o têl-a perdido!... Queria a esse velho, sr. Augusto!... E com razão, que era seu amigo e quasi um pae para si... mas não é sem remedio a sua saudade, verá... A minha porém... Augusto sorriu amargamente.
Na tarde d'aquelle mesmo dia, em que Ermelinda acordára mais tranquilla e animada, renovaram-se subitamente, e assustadores como nunca, os indicios do mal profundo.
Depois vinha em caixão aberto, e no meio de uma numerosa companhia de creanças, Ermelinda, a quem a pallidez da morte não dissipára a formosura. Dir-se-ia apenas adormecida. Trazia nos labios o sorriso da innocencia.
Ermelinda olhava-o distrahidamente e gostava de se adormecer ao som d'aquellas palavras, docemente proferidas, que poucos homens lhe tinham dito com tanto sentimento! A quadrilha terminou; os rapazes mais cheios de familiaridade, conversavam com as senhoras; mas dentro o Juca esperava-os com deliciosos charutos que não podiam perder-se.
Ermelinda sentiu as pernas tremerem-lhe; a sua physionomia invadiu-se rapida d'uma pallidez pronunciada; o seu desejo seria ter n'aquelle momento uma explosão de colera, de lagrimas; mas a Amelinha Bastos estava ali e a sua presença suffocava-a, como uma mascara que nos affogueia o rosto. Se queria tomar alguma cousa perguntou-lhe tinha-se esquecido. Nada, nada! Vê lá, menina?
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