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El-Rei Dom Sancho a este tempo era em Coimbra, e como vio as cartas do Papa, e de seu irmão, e soube que elle era entrado no Regno onde inteiramente lhe obedeciam, elle de si mesmo foi muito trovado, e o fizeram ser muito mais os homens maos, e perversos Conselheiros, que consigo trazia, porque receáram executar-se nelles sem escuza as penas, que por seus desmerecimentos, e grandes delitos mereciam, e estes lhe fizeram que não cresse, nem obedecesse a couza, que o Papa, nem seu irmão lhe escrevesse, nem outros por seu bem lhe dicessem, porque o bem, nem asecego del-Rei, em cazo que depois o tivesse não asegurava, nem descançava aos que o seguiam, pelo qual de seu parecer delles, e como desesperado doutro bom conselho, sem receber dano de pessoa alguma, nem lhe ser feita desobediencia, nem contradição, se foi logo a Castella com fundamento de pedir soccorro contra seu irmão, a El-Rei Dom Fernando, deste nome o segundo, que então nelle Regnava, que era seu primo com irmão, filhos de duas irmãs da Rainha Dona Biringela, madre del-Rei Dom Fernando, e Dona Orraca, madre del-Rei Dom Sancho, ou ao menos pedir este soccorro e ajuda ao Ifante Dom Affonso, filho herdeiro do dito Rei Dom Fernando, que em Castella e Lião, tinha grande poder, e muita autoridade.

61 Quando Mercúrio em sonhos lhe aparece, Dizendo: "Fuge, fuge, Lusitano, Da cilada que o Rei malvado tece, Por te trazer ao fim, e extremo dano; Fuge, que o vento, e o Céu te favorece; Sereno o tempo tens e o Oceano, E outro Rei mais amigo, noutra parte, Onde podes seguro agasalhar-te.

Quão contrário parece na beldade, Que os corações captiva com brandura, Alguma nódoa haver de crueldade! Quão contrário parece em formosura, Que deixa muito atraz quanto he humano, Esquiva condição, ou alma dura! Quão mal parece em quem co'hum engano Póde dar vida ao coração sujeito, Dar-lhe, em lugar de vida, hum mortal dano!

Destes o mando tyrano M'obriga com desatino A cantar ao som do dano Cantares d'amor profano, Por versos d'amor divino. Mas eu, lustrado co'o santo Raio, na terra de dor, De confusões e d'espanto Como hei de cantar o canto, Que se deve ao Senhor?

E n'estes tempos foi a villa d'Alcacere pelos mouros com bombardas e trons e outras armas, e com uma irosa porfia muitas vezes combatida e afrontada, e com a graça de Deus não faziam dentro o dano de que elles tomavam de fóra muita gloria, e porém a verdadeira pena elles a recebiam com muitas mortes e feridas, que dos christãos de noite e de dia sempre padeciam.

O Infante D. Anrique que n'aquelle officio era velho artificial, mandou á meia noite poer fogo a uma bombarda grossa, que no seu combate era assentada, com que aos mouros começou de fazer não menos dano que espanto, pelo qual desesperados d'achar remedio de salvação em suas armas, nem defesa, a vieram buscar e procurar na piedade do Infante.

No mar tanta tormenta, & tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida, Na terra, tanta guerra, tanto engano, Tanta neceſsidade auorrecida: Onde pode acolherſe hum fraco humano, Onde ter

24 E o Deus que foi num tempo corpo humano, E por virtude da erva poderosa Foi convertido em peixe, e deste dano Lhe resultou deidade gloriosa, Inda vinha chorando o feio engano Que Circe tinha usado com a formosa Cila, que ele ama, desta sendo amado, Que a mais obriga amor mal empregado.

O qual se soube assi haver, que em todalas cousas ora redundassem em seu acrecentamento, ora em destruição e dano d'outros, El-Rei satisfazia sempre a sua vontade.

Saiu-se enfim do trance perigoso Com fronte não torvada, mas serena, Desbaratado o pai sanguinolento Mas ficou duvidoso o vencimento. 59 "Porque o filho sublime e soberano, Gentil, forte, animoso cavaleiro, Nos contrários fazendo imenso dano, Todo um dia ficou no campo inteiro.

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