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Atualizado: 5 de junho de 2025
Vay recontando o pouo que ſe admira O caſo cada qual que mais notou, Nenhum delles da gente os olhos tira Que tão longos caminhos rodeou: Mas ja o mancebo Delio as redeas vira Que o irmão de Lampecia mal guiou, Por vir a deſcanſar nos Thetios braços E el Rey ſe vay do mar aos nobres paços.
DELIO. A viva chamma, aquelle vivo ardor, Que brando sinto ja pelo costume, De noite dá de si tal resplandor, Que os pastores vem delle a tomar lume. Pasmados ficão, vendo em mi d'amor O fogo, que me queima e não consume: E tu, por quem eu ardo noite e dia, Quando vês tal ardor ficas mais fria!
DELIO. Cantaremos d'Amor cruel imigo, Ou brando e amoroso, em razão pôsto, Tyranno e cego, e cego até comsigo? GALASIO. Cada qual cante do que for seu gôsto; Quer mimos, quer rigores d'Amor fero; Ou d'olhos verdes cante, ou d'alvo rosto. ALCIDO. Em quanto vós cantais, recolher quero O gado; que são horas de ordenhar: Á noite na malhada vos espero.
Vulcano féro Ante Mavorte O rival forte Não póde olhar. Dos desprezados, Que soffrem tanto, O rouco pranto Feria o ar. Aqui jaz Delio Terno, e vencido. Sem de Cupido Premio alcançar: Que Dafne esquiva, Com triste agouro, Em verde louro Vio transformar. Pan segue a Nynfa, Que tanto adora; Seu fado chora Vendo-a mudar. De tenras cannas Amor lhe manda, Que a frauta branda Vá fabricar.
GALASIO. Isso não: has d'ouvir para julgar Qual de nós melhor canta e melhor sente. DELIO. Eu ja não cantarei, sem apostar. Aposto o meu rafeiro, que Valente Se chama, e com razão; que o lobo affasta, Se não cantar mais branda e docemente. GALASIO. Hum cervo manso aposto. DELIO. Isso não basta: Põe mais hum par da cabras. GALASIO. Deos me guarde; Porque, Delio, este gado he da madrasta.
DELIO. O campo de verdura vejo pobre; O ceo chuivoso sempre, e turvo o rio; Da sua leve folha a terra cobre O bosque, que foi ja verde e sombrio. Mas se Learda o rosto seu descobre, Logo desapparece o tempo frio: Comsigo a primavera traz Learda. Ai quem a visse ja! Ai quanto tarda!
67 Tanto que os ígneos carros do formoso Mancebo Délio viu, que a luz renova, Manda chamar Monçaide, desejoso De poder-se informar da gente nova. Já lhe pergunta pronto e curioso, Se tem notícia inteira e certa prova Dos estranhos, quem são; que ouvido tinha Que é gente de sua pátria muito vizinha;
91 Vai recontando o povo, que se admira, O caso cada qual que mais notou; Nenhum deles da gente os olhos tira, Que tão longos caminhos rodeou. Mas já o mancebo Délio as rédeas vira Que o irmão de Lampécia mal guiou, Por vir a descansar nos Tétios braços; E el-Rei se vai do mar aos nobres paços. 92 Quão doce é o louvor e a justa glória Dos próprios feitos, quando são soados!
Tanto que os igneos carros do fermoſo Mancebo Delio vio, que a luz renoua, Manda chamar Monçaide, deſejoſo De poder ſe informar da gente noua: Ia lhe pergunta prompto & curioſo, Se tem noticia inteira, & certa proua, Dos eſtranhos quem ſam, que ouuido tinha Que he gente de ſua patria muy vizinha.
ALCIDO. Não queres tu que sintão corações Obrigados com dor a sentimento, Vendo a razão vencida d'affeições? DELIO. Emfim, todas as cousas querem tento: Encobre a dor, e guarda-te d'extremos; Que sempre trazem arrependimento. Ao nosso doce canto nos tornemos: Das nossas Nymphas, bellas inimigas, Crueza e formosura celebremos.
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