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Atualizado: 12 de junho de 2025


Deus me livre do mais, que de encarrêgos posso-me eu bem livrar. Corto co'as mulas direito á Hespanha, e vendo-as a uns ciganos, com carga e tudo. ¿As mulas! Pois as mulas tinham tantos diabos na muchilla como as gallinhas, os boreis, e os ovos. Mas eu era rapaz; se fosse agora, não digo que o fizesse.

Ah, isto é muito divertido, dizia Thomé. Mas Joanninha abanava a cabeça porque não lhe agradava o que via. Um rapaz d'aquelles ciganos chegou com um grande sacco cheio de fructas seccas, e todos os pequenos o receberam com gritos de alegria, e elle despejou o sacco no chão. Todos se atiraram ás fructas seccas como quem tinha fome e comeram a bom comer.

A pobre criança tornara-se de repente medrosa, submissa, e paciente; não fallou a pessoa alguma e resignou-se a esperar, para não lhe falhar o seu projecto. Adalberto ouvia nas trevas o bater do relogio. Quando os Ciganos se pozeram a caminho, depois de terem passado muito tempo nas montanhas, Adalberto viu com susto, que era objecto de grande e nunca interrompida vigilancia.

Então dizia ás vezes Thomé com mau humor: Ora, porque não havemos nós de ser como os filhos dos ricos, como o filho de um fidalgo que uma vez passou na aldeia, ou como os do balio, que podem comer tudo que quizerem, ou como os filhos dos ciganos que andam por onde querem? Em uma tarde, perto do Natal, tudo estava calado e triste.

Em troca recebia mais do que dava; crescia moralmente, e aprendia como Tilly que tinha alma e que ha um Céo. Na ingenua criança, não havia difficuldade em aprender; mas na morena filha dos Ciganos, havia combate, e muitas vezes dizia: Olha, pequeno, não entendo muito de todas essas coisas; aprendi a trabalhar para comer e beber; tenho uma cabeça rude.

Sentenciados quasi todos por ladrões, eram esses os que o conde de Oeiras não vingára pendurar nas forcas erguidas em Lisboa, depois do dia do terremoto. Entre os quaes levára pena de degredo perpetuo um cigano de Torres Novas, chamado José Alvares, facinoroso que o conde de Obidos, notavel protector de ciganos, salvára do patibulo em paga de serviços particulares.

Dois annos depois comprava-se o exemplar á 5$000 e mais, nos belchiores que o tinham á cavallo do cordel, embaixo dos arcos do Paço; d'onde o tirou o Xavier Pinto para sua livraria da rua dos Ciganos. A indifferença publica, sinão o pretencioso desdém da roda litteraria, o tinha deixado cahir nas pocilgas dos alfarrabistas.

Sentia um incommodo desconhecido; parecia que lhe apertavam a cabeça carregando-lhe nas fontes, e o seu estomago, que tinha tido tempo para esquecer a ordinaria sopa dos Ciganos, pedia imperiosamente alimento. Cada momento augmentava este soffrimento, e a pendula, que se ouvia na casa de cima, parecia cantar as horas de vida que restavam ao joven Valneige. Os mais tristes pensamentos o perseguiam.

Seus paes eram ricos o que elles a não teriam chorado e procurado por toda a parte!... Havia dois annos que andava com os ciganos pelo mundo, sem ter podido fugir! Era raro que elles acampassem em povoado e quando assim acontecia não a perdiam de vista nem uma hora. N'esse dia a festa do casamento, com a assistencia do conde, puzera tudo em confusão e ella pudera escapar-se n'uma aberta.

Decerto que muitas vezes pensara em sahir da aldeia, percorrer novos caminhos, vêr paisagens inéditas, terras lindas de encantar como as sonhava por esse mundo fóra!... Invejara, não poucas tambem, os vagabundos que passavam pela aldeia e nos contavam coisas estranhas para os nossos espiritos, e de que elles traziam nos olhos um vago assombro... Devaneando, o Miguelsinho e eu, quantas vezes não conversamos sobre a divertida existencia dos ciganos, que andam de terra em terra com os ursos e os macacos e sob a sua esfarrapada tenda têm todo o seu aféto e interesse no mundo?!

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