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Um lucido e poderoso espirito que nós perdemos e choramos e cujo nome deixaremos vinculado a este singelo estudo o poeta Cesario Verde apresentava-nos um dia diversas definições muito rapidas e muito seguras de varios escriptores portuguezes.

Elle não teve, desde aquelle dia ha treze annos maior amigo do que eu fui; e sobre esta mesa onde eu estou escrevendo, ás 10 horas da noite d'este formidavel dia glacial 20 de Julho de 1886, dia do seu enterro, sobre esta mesa onde eu estou escrevendo tenho estas palavras suas de ha poucos dias: «E como se o caso de tu seres o mais dedicado dos meus amigos...» Tenho aqui essas palavras: ellas constituem a justificação dos meus soluços de ha poucas horas, alli, no cemiterio visinho onde elle dorme o Cesario! a sua primeira noite redimida...

A morada nova do Cesario é de pedra e tem uma porta de ferro, com um respiradouro em cruz; rua n.º 6 do cemiterio dos Prazeres. Á porta está um arbusto da familia dos cyprestes um brinde ao meu querido morto. Eu offerecera uma palmeira que o vento esgarçou ao terceiro dia, e tive de escolher uma especie resistente, da minha raça funebre e resistente.

E quando eu, no singular desespero dos esmagados em sua crença, pensei na Morte como no abrigo antecipado querido abrigo inevitavel! a voz de Cesario foi a voz evocadora para a continuação do soffrimento do soffrimento amparado e protegido... Protegido!

Tenho de fallar de mim, se eu pretendo fallar de Cesario Verde.

E eu fui á beira de Sousa Martins e perguntei-lhe se o poeta Cesario Verde podia ser salvo. O grande e illustre medico tranquilisou-me e apunhalou-me em pleno peito: Que o poeta Cesario Verde estava irremediavelmente perdido! Meu poeta! Meu amigo! Tu estavas condemnado no tribunal superior, quando eu te mentia e ao publico e a mim proprio: estavas condemnado, meu santo!

Era filho do sr. José Anastacio Verde, negociante, e da srª. D. Maria da Piedade dos Santos Verde. A estreia do poeta nos dominios da publicidade data de 1873. Foi o auctor d'estas notas e editor d'este livro quem fez publicar no Diario da Tarde do Porto, em folhetim, os primeiros versos de Cesario Verde, precedendo-os de uma carta de apresentação a Manoel d'Arriaga.

A protecção foi a maior da grande alma serena para a pobre alma abatida: foi de lagrimas que se confundiram com as minhas lagrimas; foi aquelle sorriso triste de resignação, consagrado ás minhas amarguras, que para o Cesario não foram mysteriosas; foi o aperto de mão robusto, na vertigem do combate; foi a voz firme e severa na hora dos desfallecimentos; foi o reflexo permanente que a minha angustia encontrou na sua.

Esses versos não se reproduzem no livro de Cesario Verde, porque o poeta os considerou muito inferiores aos que hoje se reproduzem. Realmente o eram pela hesitação do neophyto. Outros versos foram condemnados pelo auctor e a condemnação foi hoje respeitada: entre elles citaremos a Satyra ao Diario Illustrado, as poesias Vaidosa, Subindo, Desastre, e algumas outras composições de menos folego.

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