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Emquanto estas diligencias frustradas se cumpriam, D. João IV prevenia Antonio Cavide que era forçoso, logo que Domingos Leite estivesse em ferros, transferir Maria Isabel e a filha, com o maximo segredo, para mosteiro muito afastado.

Ao cahir da noute, o secretario d'estado entrava em Lisboa, a tempo que o marquez, por palpite de maior desgraça, sabendo que o valido fôra chamado a Alcantara, o estava esperando no seu palacio. Cavide, vendo o mordomo-mor na sua sala de espera, acercou-se d'elle, e disse-lhe ao ouvido: Não ha tempo a perder.

Voltou no entanto Antonio Cavide com ridentissimo semblante, e disse: Mal pensava eu, real senhor, quando ha pouco tentava pintar o esbelto rosto da mulher de Domingos Leite, que ella tão perto estava de desmentir na presença de vossa Magestade a pallida copia que eu fiz!... Foi ella que tocou?! acudiu o rei entre alegre e maravilhado. Ella, meu senhor, acompanhada da filha.

Nesta conjuntura entrou o secretario Antonio de Cavide, que fitou com ares de assombrado o bello rosto e garbosa compostura da dama desconhecida. Maria Isabel, erguendo-se, disse á filha que beijasse a mão do sr. marquez, e sahiu. Quem é esta gentil fada?! perguntou Antonio de Cavide Eu nunca vi mais guapa mulher!

Vae para a rua dos Vinagreiros? Não, senhor marquez... E, quando fosse, quem denunciou o meu esconderijo da rua dos Vinagreiros?! Fui eu por imperdoavel imprudencia a Antonio de Cavide. Cuidei que o tinha compadecido, e hoje receio que elle dirija para e para aqui ao mesmo tempo os aguasis. v. exdescançado que não heide ser encontrado aqui nem .

A opinião publica não dizia isto: era Antonio Cavide, e mais algum fidalgo da intima confiança do rei, que o segredavam entre si. Annunciou-se o ministro a Maria Isabel. Sahiu a recebêl-o a açafatasinha, e d'ahi a pouco a mãe com semblante de quem se espantava e assustava da visita. Expoz Cavide a sua mensagem, segundo o plano convencionado com o marquez.

E, logo que a campainha tocasse, D. João IV enviava alguem a reconhecer a pessoa, ou descia propriamente, se esperava ser procurado por aquelle meio menos ordinario. Estava o rei com Antonio de Cavide na sua pomposa bibliotheca de musica, situada na porção do palacio chamada o Quarto do Forte, quando ouviu tanger a sineta.

Pediu perdão de a ter aconselhado, beijou-lhe mesureiramente a mão, e ergueu-se para sahir. Perguntou-lhe, ao retirar-se, Maria Isabel se seu marido se alojára na casa do Salvador. Respondeu Cavide que lhe constava estar Domingos Leite na rua dos Vinagreiros. Antes de duas horas da tarde, o marquez sabia que as diligencias do secretario se malograram.

Escrevei-lhe hoje, que amanhã Antonio Cavide, ou alguem com recado seu, irá procurar vossa carta. E, voltando-se para a menina, perguntou: Como te chamas, linda? Angela respondeu a creança. Criada de vossa magestade accrescentou a mãe muito desvanecida da regia curiosidade.

Bem me dizia o marquez... Não ha dama no paço que lhe ganhe!.. Oh! que soberba creatura! tem musica na voz a feiticeira! Nunca vi coisa assim, nem viva nem pintada! Cavide ria-se e esfregava as mãos. Isto não é para rir, meu caro!.. obstou o rei Querem vêr que eu estou apaixonado!..

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