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Atualizado: 24 de maio de 2025
Na estação havia uma espessa agglomeração de gente, um borborinho estridulo, que me fez acreditar que todos os doentes que se sobrescriptavam para Cauterets iam de perfeita saude, a começar por mim... Os omnibus dos hoteis solicitavam-me, na razão de 2 francos e 50 centimos, por duas horas de caminho; os cocheiros das caléches disputavam-me a cabeça por dez francos.
Falava-me com a mesma graça amavel, sorria-me ainda com a mesma confiança que eu parecia haver-lhe inspirado antes. Se Rosine fosse portugueza, ter-se-ia ido queixar á mamã, que contaria tudo ao papá. Haveria em Cauterets um escandalo medonho, e eu teria de adoptar um de dois extremos violentos: fugir ou casar. Nada d'isto aconteceu.
A sua doença era o corollario da libertinagem: a cachexia. Os medicos francezes aconselharam-lhe as aguas mineraes de Cauterets nos Pyrineus. Mudou de rumo. Era-lhe grata a esperança de voltar á patria restabelecido e gordo para desmentir o legitimista. Bebeu as aguas sulphuricas de Cauterets, consummou o esphacelamento dos intestinos baixos, e morreu medicinalmente.
Arranjei, como o dr. Serrand pôde verificar por meio do laryngoscopo, uma congestão thermal da larynge, o que me fez convencer de que as aguas de Cauterets são excellentes, não tanto para dar saude, como para tiral-a.
Ao nascer do sol uma manhã deliciosa dos Pyrineus quando cheguei á porta do hotel, fiquei encantado de encontrar á janella, esperando por mim, para me verem partir, todos os meus namoros de Cauterets. Tinham madrugado sobreposse para me enviar, nas azas d'um sorriso, o seu adeus. Eu sentia-me feliz, ufano.
Se não fosse isso, como elles seriam felizes, especialmente... os ricos! Só elle, pois, tomava tudo aquillo a sério, falando-me da composição das aguas, das differentes sources de Cauterets, em que predominava o elemento alcalino.
Depois, vesti a minha casaca, puz a minha gravata branca, e fui pedil-a á mãe, que teria quarenta annos, e uma carnação sadia, que não conseguira perder, sem embargo de tomar as aguas de Cauterets todos os annos. Parece incrivel! O conde descruzou as pernas, accendeu de novo o charuto, e, batendo uma palmada com a mão esquerda sobre a perna, disse-me: Fui muito feliz aquelle anno em Cauterets.
Duas horas deliciosas! As francezas eram amigas de collegio: uma d'ellas, cunhada de mr. Bourgoin, um burguez rico, viajava para se divertir acompanhando a irmã casada; a outra viajava, tambem para se divertir, acompanhando a sua amiga, cunhada... do cunhado. Apenas o burguez precisava das aguas de Cauterets por causa do rheumatismo, que é uma doença de todos os burguezes.
O Diario Illustrado, publicando o retrato e a biographia do sr. Osborne Sampaio, tece-lhe o seguinte elogio: «Conta-se que estando ha dois annos em Cauterets, chegou um dia, depois de jantar, a uma janella e lembrando-se do admiravel panorama que se desfructa da sua casa de Lisboa, uma das melhor situadas, exclamou: Quem me dera já na minha casa do pateo do Pimenta!»
Perguntaram-me as duas amigas se eu me demoraria muito em Cauterets. Respondi que não havia nada tão incerto para um homem de boa saude como saber quando a sua doença o abandonaria. As duas francezas riram longo tempo, comprehendendo, com a sua fina intuição gauleza, que eu principiava a estar indeciso, no meu pé de alferes, entre uma e outra.
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