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Atualizado: 7 de junho de 2025


No dia seguinte, Julio levantou-se cêdo e, n'um curto passeio, dirigiu-se sósinho para os lados da velha casa de Norberto de Noronha. O brazileiro Pinho, que conservava os habitos madrugadores, adquiridos no Brazil, todo vestido de linho crú e na cabeça um bonnet de gorgorão preto, debruçava-se no caramanchão erguido em um dos angulos do jardim.

Ouviam-se apenas o bulir das folhas das mangueiras, a respiração alterada de Magdalena, e o murmurio das aguas, caindo no lago pela boca do tritão de marmore. O muro, a que se encostava o caramanchão, tinha a altura de metro e meio. Os ramos folhudos d'uma grande tamarindeira furtavam-o, n'aquelle logar, aos raios prateados da lua, deixando-o envolvido n'uma escuridade vaga e indecisa.

O senhor Americo. O mulato? interrogou o negro, mais admirado ainda. Sim. Escreveu-me esta carta a dar-me a noticia, e a pedir-me para esta noute ás 10 horas apparecer no caramanchão do lago, para me entregar uma carta de Luiz. E porque a não mandou o mulato? Porque a mim a quer entregar. O cabinda sorriu-se n'uma expressão d'ironia e d'ameaça. E a senhora moça o que responde? Não sei.

Devia ser alli, suppozera elle e confirmara-lh'o depois a irmã de Gustavo, que Helena de Noronha vinha sentar-se muitas vezes, nos tempos felizes da sua infancia, e era por isso mesmo o logar por elle preferido para as suas meditações ao ar livre. De repente ao portão chegou alguem que fez vibrar a sineta. Julio de Montarroyo debruçou-se na grade do caramanchão e olhou.

Ernesto sahiu ao encontro de Amparo, porque era ella; pegou-lhe n'uma mão e conduziu-a até ao caramanchão. A joven tremia; estava nervosa e pallida. Ernesto sentou-a n'um dos bancos procurando tranquilisal-a. Obrigado, Amparo, obrigado por tanta bondade. Tranquilise-se, os homens honrados que amam como eu, sabem respeitar o objecto do seu amor.

Approximou-se do caramanchão, ante , como se tivesse medo que acordassem todos aquelles vegetaes adormecidos, e entrassem a gritar por soccorro, tomando-o por um ladrão ou um assassino. dentro no caramanchão, a luz da lua era baça como a flor da magnolia, e discreta como uma velha tia, ou uma bonne suissa.

Passeava, ás seis horas da tarde d'aquelle dia, Fernando na praça do Dome. Paulina estava na janella. Passados momentos recolheu-se, e reappareceu com uma creada. Fernando comprehendeu, e avisinhou-se. Paulina apontou para o muro do jardim, e sahiu da janella. Caminhou o moço, rente com a parede, e viu a creada debruçada no peitoril d'um caramanchão angular do jardim.

Amparo desprendeu-se dos braços de Ernesto, sahindo rapidamente do caramanchão. Ernesto deixou-se cahir n'um dos bancos, murmurando em voz baixa: Meu Deus! Esta felicidade que sinto é demasiadamente grande para que seja duradoura! Separação No dia seguinte quando Ernesto appareceu no quarto de D. Ventura, este disse-lhe: Que pallido que está? Que é isso? Não se sente bem?

Ámanhã, quando nos tornarmos a reunir, pensava elle, entregar-lhe-hei estas folhas de papel em que diariamente escrevo os meus pensamentos, e ella verá que a não esqueci nem um instante, que a continuo amando como nunca. Ernesto pintára um pequeno quadro, representando a scena do caramanchão, no momento de dar e receber o beijo de Amparo.

Ernesto levantou a cabeça, poz-se de e foi pôr-se em uma das entradas do caramanchão. O coração dizia-lhe que Amparo vinha. A noite é em todos os paizes a protectora carinhosa dos namorados, porque o amor, vulgarmente timido á luz do sol, cobra valor e energia antes esses tibios reflexos que a lua envia do céu.

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