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Levantou-se e atravessou a aldeia aos bordos, com a vista desvairada, a bocca torta, ameaçando com a mão de esqueleto as mulheres sentadas ás portas das casas, vigiando os pequenos, que brincavam no riacho, tostando ao sol os ventresinhos redondos e as cabecinhas loiras. E o pinhal até onde a vista se alongava sombreava os montes por ali fóra!

E não sei quê de amargo, de reflectido, de soffrimento, de experiencia da vida. Brincavam sem risos pelos cantos, com bichos, com pedrinhas. Uma vez uma disse alto: Ó mamã!... E foi um escandalo. Onde aprendera ella, que não tinha mãe a pronunciar aquella palavra? Quereis crer? tenho esta imagem: pareciam velhinhas recolhidas, tristes por não terem filhos.

Adorava-a. Nas tardes de sol, os irmãos brincavam no quintal; chamavam-no, e como êle era o mais pequeno, faziam-lhe mimos, numa grande ternura protectora. Êle não ia, desculpava-se. Preferia ficar junto dela, na varanda de pedra, a vê-la bordar. Não queres brincar, Milinho? Vai, vai brincar com os manos. Êle erguia os seus olhos de veludo: Deixe-me estar ao de si, mamã.

D'ahi a pouco era um gosto vel-os ambos, galhardos e intrepidos, abaixo e acima da montanha. Em casa, brincavam á larga, jogavam damas e cartas, cuidavam de aves e plantas. Brigavam muita vez; mas, segundo as mucamas, eram brigas de mentira, para fazerem as pazes depois. Era o pico do arrufo. Raymundo vinha ás vezes á cidade, a mandado do tio.

O vento sudoeste vinha batido em salseiros rijos, que despedaçavam o panno. A pobre náu era um destroço, com que as ondas brincavam na sua furia. Assim estiveram, perdidos e sem esperança, duas noites e um dia. De 14 para 16, os transes foram medonhos.

Um espelho de crystal de Veneza, onde os amores brincavam com frechas e carcazes, coloridos sobre o vidro, por mãos de fadas, entre um rosal de perfeito esmalte, n'um berço de verdura e de papoulas, encaixilhado em ebano, aberto a buril, nos cantos, em prata dourada, repousava sobre uma farda de archeiro, coeva dos devaneios da côrte de D. João V, e reliquia marcial, talvez, dos delirios asceticos do mosteiro de Odivellas.

Ao lado, e fóra do alpendre, elevavam-se tres medas de palha, unico alimento annual, aos pacientes trabalhadores d'aquelle campo. Por entre as louras e amontoadas espigas brincavam em candida innocencia duas formosas e galantes creanças. A tarde declinava docemente. No pinheiral longinquo gemia a rôla uns tristes e magoados queixumes.

Era sobre tudo ao anoutecer que a aldeia se animava. As chaminés expelliam o fumo em penachos caprichosos; os cepos estalávam no lume; e as creanças, como enxame buliçoso, brincavam defronte das portas. As mães cosinhavam a ceia, em quanto os velhos e os mancebos descansando do trabalho, aguardavam encostados, ou assentados, a hora proxima da refeição e do repouso.

Aos oito anos, quando as outras crianças ricas brincavam e eram amimadas pelas mãos puras das mães, fôra êle metido num colégio como interno, depois de lhe vestirem um fardamento. No internato onde a sua meninice se enclausurara, deitava-se, levantava-se, ia para as aulas, para as refeições, para a banca de estudo, para os ócios do recreio, sempre ao toque duma sineta.

Sentou-se de cansado. Tinha perto de si o Guemára; ao lado vem assentar-se a filha, Ebla, assim chamada do nome da Lua, como conta o velho Livro de Enoch. Ebla fallou-lhe: Nunca mais tornaremos a vêr Sião, e os tumulos dos prophetas? nem escutaremos o susurro dos nossos rios? O pae, emquanto as outras crianças brincavam, poisou o dedo sobre o verso do Guemára, volveu-lhe um sorriso doloroso.

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