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Atualizado: 18 de julho de 2025


Eu direi que era um «tolo com juizo». Sim; porque trabalhava. Um homem que, para receber uma esmola, offerece o braço, embora vacillante pela decrepitude, ao seu bemfeitor, tem o instincto de uma boa acção. E que melhor acção pode haver que o trabalho? O Belbuth não era, pois, um tolo na verdadeira significação da palavra. Não fazia diabruras.

Deixemos o Belbuth conçoando com esta bôa gente e alegrando-a com narrações de episodios da sua longa vida de miseravel, e entremos na casinha modesta da Maria Luiza, que está triste e pensativa... Triste e pensativa?! A Maria Luiza de ha tres mezes?! Sim.

Por instincto de defeza e de conservação, pegava tambem numa pedra ou num pau, e atirava-o, com phrenesi, pela estrada adeante, não reparando nos estragos que podia causar se viesse algum incauto. Era o unico indicio vago de loucura que lhe conheci. Os garotos, em regra, embirram com os velhos. Se estes dão sorte têm para pêras. Era o que se dava com o Belbuth.

Limitando o campo da sua vida de vagabundo á área d'esta aldeia, o Belbuth era um typo popular de genio differente do de Luiz de Paus um outro vagabundo de espirito irrequieto, que vagueava ao acaso por esse mundo como um cometa errando no espaço, apparecendo de tempos a tempos no logar de Paus, d'onde era natural.

A contradizer as suas palavras, duas lagrimas lhe assomaram aos olhos. Olha: vem para a cozinha. Vem para junto da Helena que está a fazer a ceia, e espairecer. E pegando-lhe docemente na mão, obrigou-a a seguil-o. Helena? chamou elle ao transpor a porta da cozinha; é preciso que o Belbuth venha hoje. Quando os rapazes voltarem do trabalho, o Paulo que vêr se o encontra.

Ha seis mezes, approximadamente, publiquei no Correio d'Albergaria um artigo sobre a vida do Belbuth, que subordinei ás Scenas da Aldeia, que eu declarei em preparação, mas que ainda existiam em projecto na minha mente. Passados perto de dois mezes dei principio ao meu trabalho e publiquei então no mesmo jornal um excerpto sobre a transformação psychica de Maria Luiza.

O Belbuth era apenas um miseravel, sem eira nem beira, possuidor dos farrapos que o cobriam e ganhos a trabalhar, tendo muitas vezes por habitação o ceu estrellado, sob o qual dormia, muitas outras vezes, entre dois lençoes de neve.

Uma outra occasião, foi elle tocar os sinos a rebate numa freguezia qualquer, alvoroçando o povo todo......................................... .......................................................................... .......................................................................... Olha , ó Belbuth! Tu namoraste alguma vez? Se eu namorei alguma vez? O quê? O quê! Uma mulher!

Precisamos de nos rir um pouco com as suas chalaças, para distrahir esta pequena, que não faz senão chorar. Quem não conheceu o Belbuth, em toda a freguezia, ainda não ha muitos annos? Quem ha ahi que se não recorde d'esse velho, rijo como um pêro, e que contava cerca de cem annos quando morreu?

Tiveste bôa lembrança, e... Na porta da cosinha soaram duas pancadas surdas, e uma voz um tanto aldrabada chamou de fóra: Ó tio Alameda! Você não um caldo e dormida ao Belbuth? Ah! o Belbuth! exclamou Julia batendo as palmas, e erguendo-se pressurosa a abrir-lhe a porta. Elle entrou, tartamudeando umas «boas noites» e todos o acolheram jubilosamente.

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