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Atualizado: 14 de julho de 2025


D'aquella alma não era possivel arrancar vergonha nem remorso. O padre Madureira enganára-se. Queimando a carta, Luiz da Cunha entendeu que o segredo voava nas cinzas d'ella. Estabeleceu tranquillas conjecturas ácerca da riqueza de Assucena: d'onde lhe viriam perto de quarenta mil cruzados? Occorreram-lhe hypotheses, quasi todas ignobeis, e sordidas.

Entregou-se o seu testamento ao padre Madureira. E fechou o cyclo das suas virtudes, convidando a sua attribulada amiga a presenciar a morte d'uma mulher sem a consciencia d'uma injustiça. ella conheceu o seu fim, como se o anjo da bemaventurança lh'o segredasse. Morreu, abençoando Assucena, e passando-lhe ás mãos a cruz que não podia suster no braço hirto pela aridez cadaverica.

Sim, senhor. E não tem criada? disse a irmã. A criada está a dormir. Quer a menina vir comnosco para a nossa casa até ser dia? disse o conego. Vou... se me concedem esse favor respondeu sem titubear Assucena. Pois então, menina atalhou Perpetua cubra o meu chaile, ou buscar o seu, que está muito frio na escada. Eu não posso ter mais frio... disse a filha da viscondessa.

O melhor é defender-se cada qual, e eu estou certo que elles, em lhe zunindo o chumbo pelos ouvidos, vão prégar a outra freguezia. O ruido de passos e vozes augmentou na sala. O egresso chamou a criada para ao de Assucena, e foi juntar-se ao povo. Que temos, rapazes? perguntou elle. Os homens ahi estão. Quem os viu?

Assucena recebeu silenciosa a correcção; mas, em silencio, se promettia não lhe dar o pêso que sua mãe lhe dava. Era tarde para ella, e tarde para o filho de Ricarda, que acabava de convencer-se que o amor, e por ventura o patrimonio de Assucena, alcançado por astucia, faria as delicias da sua vida. Luiz continuou sem obstaculo as suas constantes attenções á prima.

Quero vêl-o... coitadinho! Não veja, senhora D. Assucena... A vista não é agradavel. Quero vêl-o... não tenho medo aos mortos... E forçou a desprendêl-a o braço do padre.

Subiu a um terceiro andar, e recebeu nos braços a inquieta Assucena, que chorava e tremia. Porque choras? Estava sósinha, e muito triste, Luiz... A tua criada não te fez companhia? Ninguem m'a póde fazer... Ou tu, ou ninguem... Agora, não choro, nem tremo... Que resposta deu minha mãe? Não sei: meu pae está effectivamente doudo.

Antes de amar a realidade, o coração da virgem, na vida êrma, no perfume innocente dos collegios d'outro tempo, nutria-se, fortalecia-se, e extravasava d'um amor sem calculo, d'uma aspiração sem condições. Tal fôra Assucena.

Depois da oração, Assucena pediu silencio a sua mãe, que se retirou maravilhada da impassibilidade da filha; mas segura de que as astucias de Luiz da Cunha não poderiam nada contra ella. E era essa a sua afflicção. Padre Madureira viera á hora do chá. A neta do arcediago não dissera uma palavra do dialogo com a viscondessa.

Não, senhor... me disse que me não habituasse a pensar no senhor Luiz da Cunha, por que o coração em se habituando a fantasias, custa-lhe muito depois a desfazer-se d'ellas quando vem a realidade. E acho que minha mãe tem razão. V. exnão póde ser meu irmão. Mas amigo, mais que irmão, não poderei tambem? Amigo... sim... Assucena córou de novo, e balbuciou estas duas palavras.

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