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Atualizado: 5 de outubro de 2025


Serão os factos da primeira especie menos brilhantes do que se deveria desejar? Haverá que apontar erros de entendimento ou de vontade, da parte do Infante, no desastre de Tanger ou nas intrigas de Alfarrobeira? Não cuido que isto não seja ainda materia para muita discussão.

Tenaz e até duro de caracter, D. Henrique sacrifica tudo aos progressos da sua empreza: nem o dobram as lagrimas do irmão infeliz sacrificado em Tanger, nem as supplicas do outro irmão, o nobre D. Pedro, talvez por sua culpa morto em Alfarrobeira.

Entretanto o reino passára, das mãos da rainha viuva, para as do infante D. Pedro e d'estas, finalmente, para as de Affonso V ; entretanto miseraveis intrigas, a que D. Henrique não quiz oppor-se para salvar o irmão que lh'o pedia, tinham levado á desgraça de Alfarrobeira ; e o infante, com a influencia que exercia no curto espirito do sobrinho, facilmente o decide a lançar-se nas aventuras africanas: morrera D. Pedro, para vir repetir o que dissera nas vesperas de Tanger.

Em 1449 o conde d'Abranches, Alvaro Vaz d'Almada, expira em Alfarrobeira, rodeado de cadaveres e cançado de derribar seus contrarios, defendendo a honra e innocencia do grande infante D. Pedro; porque, cavalleiro, cria na virtude d'outro cavalleiro, do seu amigo, a quem antes da batalha, cujo exito d'antemão ambos sabiam, jurára sobre a hostia consagrada não sobreviver.

Perdeu-se assim uma excellente occasião de vêr o conde de Avranches justar, em Portugal, com um cavalleiro estrangeiro dos mais afamados, porque Alvaro Vaz de Almada não teria certamente prescindido d'essa honra e gloria. Vamos agora caminhando rapidamente para Alfarrobeira. Depois de fallar ao rei, Alvaro Vaz correu ancioso a abraçar o infante D. Pedro, que estava em Coimbra, nas suas terras.

Os bésteiros e espingardeiros do exercito real, abrigados uns pelo denso arvoredo que sombreava o ribeiro de Alfarrobeira, collocados outros no cimo de um outeiro que dominava o acampamento, começaram a varejar com tiros o arrayal do infante. Vendo este os seus leaes companheiros immolados sem combate nem gloria, mandou disparar algumas bombardadas, uma das quaes acertou perto da tenda de el-rei.

O exemplo mesquinho da pessoa do antecessor e pae, Affonso V, as desordens do reino e a fraqueza do rei, tinham educado o espirito agudo e observador do moço principe. A tragedia de Alfarrobeira começára com um crime o espectaculoso mas triste reinado do africano; e o epitheto dado ao rei ajudou a formar a tradição de um homem cheio de valor e tenacidade, coisa que o pobre Affonso V jámais foi.

Ao cadaver do conde de Avranches foi, como diz Pina, cortada a cabeça por um dos adversarios, aliás seu antigo amigo, que a levou a el-rei na esperança de obter mercê . Feito pedaços, retalhado de golpes, o corpo de D. Alvaro ficou tambem insepulto sobre o campo de Alfarrobeira, até que a requerimento de seu irmão bastardo, João Vaz de Almada , e não sem difficuldade, foi enterrado honradamente na capella de familia.

D. Alvaro Vaz d'Almada caindo morto na batalha de Alfarrobeira era o symbolo da cavallaria expirando nas paginas da ordenação affonsina.

Nuno Alvares Pereira e João das Regras. As côrtes de Coimbra. D. João I. A batalha de Aljubarrota. Os filhos de D. João I. Tomada de Ceuta. Os descobrimentos. D. Duarte. Expedição de Tanger. Menoridade de D. Affonso V. O infante D. Pedro. Batalha de Alfarrobeira. Tomada das praças africanas. Guerras com Hespanha. Batalha de Toro. Ida de D. Affonso V a França. Continuação dos descobrimentos.

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