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Mas vós, doutores da Nação, ignoraes que ainda nas vossas côrtes de 1641, se proclamou a doutrina de que contra o paiz não ha prescripção, emquanto elle não tem liberdade para reclamar, e esqueceis que a tolerancia dos povos durante os seculos XVI, XVII e XVIII, ácerca da ladroice com que eram malbaratados os bens da corôa, não significa o seu consenso, mas sim os terrores do absolutismo?

Não sei se o mesmo, se outro vate patriota, escreveu e distribuiu primorosamente calligraphados alguns exemplares da seguinte poesia tão sanguinaria quanto boçal quando ainda fumegavam no cadafalso do Rocio os cadaveres dos conjurados, cujo supplicio pedira Brigida de Alfama: ÁS MORTES DE D. LUIZ DE MENEZES, MARQUEZ DE VILLA REAL, DE D. MIGUEL DE NORONHA, DUQUE DE CAMINHA, DE RUY DE MATTOS DE NORONHA, CONDE DE ARMAMAR, DE D. AGOSTINHO MANOEL, OS QUAES MANDOU DEGOLAR NA PRAÇA DO ROCIO, EL-REI D. JOÃO O IV, E MAIS TRES, E UM BAEÇA, ARRASTADOS, ENFORCADOS, E ESQUARTEJADOS TODOS POR TRAIDORES, HOJE 29 DE AGOSTO DE 1641.

Dos Mascarenhas, que venceram o pleito, era ascendente Manoel da Silva Mascarenhas, que servira em Tanger e nas armadas de Castella com o general D. Fradique de Toledo. Voltando a Portugal em 1640, foi um dos denunciantes da conjuração de 1641; e em premio d'isso o galardoou D. João IV com a alcaidaria da Torre de Outão, e ao mesmo tempo exerceu as funcções de guarda-mór da alfandega de Lisboa.

Presumo, pelos versos seguintes, que o satyrisado seria o bispo de Elvas, D. Sebastião de Mattos. Francisco de Lucena, apedrejado pelas regateiras do Porto, em 1628, como executor do tributo das maçarocas; secretario das mercês de Filippe IV em 1638; secretario de estado de D. João IV em 1641, e degolado, como traidor, em 1643. Não pude attingir as referencias.

Depois de proclamarem a soberania nacional por ordem dos jesuitas, os absolutistas de 1641 estabeleciam que o testamento de um rei era uma constituição, d'onde derivava a legitimidade de outro rei por direito incontroverso!

No entanto, os pormenores da revolução, que devia estalar no dia 5 de agosto de 1641, começando pelo incendio do Paço da Ribeira e assasinio do monarcha, deu-os o padre Luiz, taes quaes os sabia da confidencia plenissima do arcebispo de Braga.

Defensores do absolutismo, buscae nas actas parlamentares da edade media, alguma passagem em que os mandatarios dos concelhos de Portugal declarem, como os titeres de 1641, que a demissão dos tributos violentos, impostos tyrannicamente pelos reis de Castella, era uma liberalidade, uma magnificencia, uma mercê d'el-rei. Onde achaes vós esta linguagem de Baixo-Imperio?

O duque de Bragança era D. João IV; e Domingos Leite Pereira, desde Janeiro de 1641, era escrivão da correição do civel da corte, logar que rendia para mais de trezentos mil reis quantia valiosissima n'aquelle tempo. Além d'isso fôra-lhe facultado arrendar o officio e continuar exercendo o posto de secretario do marquez de Gouvêa, mordomo-mór de el-rei, e do seu conselho de estado e despacho. O marquez, indo semanalmente á côrte, levava comsigo no coche o seu secretario: e bem que o deixasse na sala da espera, algumas vezes o rei admittiu ao gabinete de despacho o diserto moço folgando de o ouvir remedar alguns bassos e tiples da capella real da princeza Margarida.

Assim lh'o aconselhára o seu ministro Lucena, em 1641; e, n'esse mesmo anno, a plebe rodeou o rei ameaçado pelos nobres, e applaudiu o supplicio dos marquez de Villa Real, duque de Caminha, conde de Armamar, D. Agostinho Manoel e outros. Francisco de Lucena, que emprestára o cutelo para a degolação dos traidores, foi mais tarde convicto de perfidia e degolado.

Assim predispunha o secretario das mercês o animo do rei contra os conjurados de 1641; e relevantemente se mostrou serviçal, collaborando com o carrasco, pois que emprestou para a degollação dos fidalgos o cutello que trouxera de Madrid, por haver sido com elle decapitado D. Rodrigo Calderon.

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