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N'um relance surprehendeu o sorriso, a attenção galante do Fidalgo. E estacou, pregando sobre elle, com lenta arrogancia, os bellos olhos pestanudos. Depois passou desdenhosamente, sem se arredar da egua na ladeira estreita, quasi raspando pela perna do Fidalgo o cano da caçadeira. Mas adiante ainda atirou uma tossidela secca e de chasco com um bater mais petulante dos tacões.

Porque Portugal não se honrava com mulher mais rigidamente seria, de mais grave e puro pensar! Aquelle corpinho ligeiro, que o vento levava, continha uma alma heroica. O Cavalleiro?... Podia sua exc.^a sacudir a guedelha com graça fatal, jorrar dos olhos pestanudos a languidez ás ondas que Gracinha permaneceria tão inaccessivel e solida na sua virtude como se fosse insexual e de marmore.

Outras vezes jogava elle a partida de gamão: D. Rosa, sentava-se então ao do titi, com uma flôr nos cabellos, um livro cahido no regaço; e o papá, chocalhando os dados, sentia a caricia promettedora dos seus olhos pestanudos. Casaram. Eu nasci n'uma tarde de sexta-feira de Paixão; e a mamã morreu, ao estalarem, na manhã alegre, os foguetes da Alleluia.

Da portinha da horta sahia n'esse momento um homem moreno, escanhoado, de grosso casaco de baetão verde e botas altas de picador, que, galhofando e com uma força facil, levantou o enorme Jacintho até lhe apanhou a bengala de castão d'ouro que rolára para o lixo. Depois, demorando n'elle os olhos pestanudos e pretos: Oh Jacintho Galião, que andas tu aqui, a estas horas, a rebolar pelas pedras?

Abandonando a patria e o rei, que tão mal apreciara os seus serviços, Fernão de Magalhães se foi a Sevilha, onde, ainda antes, talvez, de tratar dos negocios da sua empreza, se lhe prendeu o coração a uns olhos negros e pestanudos de uma gentil sevilhana, D. Beatriz, filha de Diogo Barboza.

O palacete dos Barrôlos em Oliveira (conhecido desde o começo do seculo pela Casa dos Cunhaes) erguia a sua fidalga fachada de doze varandas no Largo d'El-Rei, entre uma solitaria viella que conduz ao Quartel e a rua das Tecedeiras, velha rua mal empedrada, ladeirenta, opprimida pelo comprido terraço do jardim, e pelo muro fronteiro da antiga cerca das Monicas. E n'essa manhã, justamente quando Gonçalo, na caleche da Torre puxada pela parelha do Torto, desembocava no Largo d'El-Rei, subia pela Tecedeiras, dobrando a esquina dos Cunhaes, n'um cavallo negro de fartas clinas, que feria as lages com soberba e garbo, o Governador Civil, o André Cavalleiro, de collete branco e chapeu de palha. N'um relance, do fundo da caleche, o Fidalgo ainda o surprehendeu levantando os pestanudos olhos negros para as varandas de ferro do palacete. E pulou, com um murro no joelho, rugindo surdamente «que biltreAo apear no portão (um portão baixo, como esmagado pelo immenso escudo de armas dos Sás) tão suffocada indignação o impellia que não reparou nas effusões do porteiro, o velho Joaquim da Porta, e esqueceu dentro da caleche os presentes para Gracinha, a caixa com o guardasolinho e um cesto de flores da Torre coberto de papel de sêda. Depois em cima, na sala d'espera, onde José Barrôlo correra, ao sentir nas lages do Largo silencioso o estrepito do calhambeque, desabafou logo, arrebatadamente, atirando o guarda para uma cadeira de couro: Oh senhores! Que eu não possa vir á cidade sem encontrar de cara este animal do Cavalleiro! E sempre no Largo, defronte da casa!

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