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Foi levado para casa, perseguido de successivos pontapés. Umas mulheres que passavam, pararam na rua, ao ver a furia do homem, e compadecidas do rapazinho, que, a cada momento se voltava para traz, pedindo perdão com as mãos postas: Perdôe ao rapazinho imploravam ellas segurando o ferragista. Perdôe-lhe por esta vez. sr. José. O ferragista, porém, era implacavel.

O patrão deu um salto, e applicou-lhe dois pontapés valentes, dados com a biqueira do tamanco. Simão principiou a chorar. Mexe-te berrava o ferragista mexe-te, ou levas outros! Na madrugada do dia seguinte, quando o caixeiro o foi acordar para ir para a loja, Simão queixou-se d'uma forte dôr de cabeça, e pediu-lhe que o deixassem ficar na cama.

Logo que o patrão appareceu, o caixeiro disse-lhe que o rapaz estava doente. Eu vou! rosnou ameaçador o ferragista; e entrou no quarto do rapaz, ordenando que se levantasse immedia\-tamente. Eu tiro-te o mimo, meu menino! dizia elle ao pequeno. O que tu tens é ronha, grande mandrião! Simão ergueu-se a tremer de frio.

E, logo em seguida, o ferragista, pallido, a tremer, olhando assustado para os dois lados da rua, atravessou-a a correr, entre policias, para dar entrada na cadeia! No outro dia de manhã, o medico do hospital mandou collocar o biombo em volta da cama do Simão. Está a manifestar-se a congestão explicou elle baixo á enfermeira.

Então são vocemecês os paes do meu socio, hein? Saiba v. s.^a que sim responderam ambos em côro. Pois por muitos annos, e bons disse-lhes o brazileiro. Tirou da algibeira do collete branco um relogio d'oiro, viu as horas, e voltando-se para o Nogueira: São horas. Tem cima tudo preparado, hein? Está tudo prompto respondeu o ferragista.

O patrão tinha desapparecido da loja. Ao canto do balcão, o caixeiro, muito assustado pelo aspecto ameaçador da gente, não se mexia. Morra o patife! gritou uma mulher. Morra! repetiram as outras. E a multidão cresceu sobre a loja. Foi precisa a intervenção da auctoridade, reclamada pelos visinhos do ferragista.

Chegado a casa, subiu com o rapaz a uma sala do andar superior, fel-o despir a jaqueta e as calças, pegou n'um junco, e gritou-lhe pallido e tremulo de raiva: Ajoelhe-se, e peça perdão! Simão cahiu de joelhos no sobrado, e ergueu as mãos. Agora disse o ferragista vamos ao correctivo. E, com o junco vibrado com toda a força, principiou a vergastar as costas do rapaz.

Eu estou aqui, Simão dizia a Josepha debruçando-se sobre elle. Não chores, meu filho. Eu morro, minha mãe dizia o pequeno, segurando-lhe as mãos, e levantando para ella os olhos supplicantes e cheios de lagrimas. O povo, que acompanhou o Simão ao hospital, desandou em grande turba para casa do ferragista. Ali, ajuntou-se a um magote, que estava estacionado á porta.

No dia immediato, o padre Barreiros foi procurar um sobrinho estabelecido com loja de ferragens na Fonte da Corcova, e offereceu-lhe o pequeno. O ferragista annuiu; mas declarou logo que o facto do rapaz ter andado no collegio «era o diabo»! Elle preferia os que sahiam das aldeias, sujeitos a toda a casta de trabalhos. Emfim, uma vez que o tio queria... Simão entrou para a loja ao anoitecer.

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