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Proclamara-a nas côrtes de Coimbra de 1385, elevando ao throno D. João, Mestre de Aviz, filho bastardo de D. Pedro I. Não tinha mais inimigos a combater, carecia, entretanto, de empregar sua actividade e aspirações audaciosas em qualquer empreza de vulto.

De longe, de mui longe nos veio e se gravou em Portugal o espirito de liberdade e independencia: Manifestou-se bem solemnemente na iniciativa popular em 1385; mais solemnemente ainda em 1640; arreigou-se d'um modo profundo e indestructivel durante a sabia administração de um genio reformador, que lhe preparou o campo de suas ligitimas conquistas e removeu os estorvos, que lhe empeciam o caminho, por onde, mais tarde, devia deixar seu rastro luminoso.

Quando se compara a epocha de 1580 com a de 1385 é que se conhece quão largos passos tinha dado Portugal no caminho da corrupção durante o brilhante e glorioso seculo dos descobrimentos e conquistas: é n'essa comparação que está a prova de que o antigo caracter portuguez se pervertêra completamente não nas classes privilegiadas, mas no proprio povo; n'esses que nos apraz considerar unicamente como victimas das traições da nobreza. O povo não resistiu á invasão extrangeira, porque lhe faltava esforço, crença e patriotismo: isso tudo jazia no sepulchro da edade-media. As situações eram rigorosamente analogas. O poder de Castella no tempo de Philippe II tem servido de desculpa á geração apoucada que estendeu os pulsos ás algemas. Mas para saber se ella podia ou não resistir era necessario tental-o. Não o fez, salvo se se quizer chamar resistencia aos tumultos de um vulgacho desordenado, em duas ou tres povoações do reino e na capital. Tem-se exaggerado o poder de Philippe II, e imagina-se que entre as forças das monarchias castelhana e portugueza, na epocha do filho de Carlos V, havia uma superioridade a favor d'aquella muito maior que no tempo do rival do mestre d'Aviz, de D. João I de Castella; mas qual é o facto?

Filhos, como elle teve, raras vezes nascem nos paços dos soberanos. Nobre raça foi aquella dynastia de Aviz! Abençoada posteridade de D. João I e de D. Filippa de Alencastro! Esta familia nasceu na batalha de Aljubarrota, e extinguiu-se na de Alcacerquivir. Começou a 14 de agosto de 1385, e acabou a 4 de agosto de 1578. Fundou-a um mancebo de vinte e sete annos!

O Facto he irregular, mas tem Modelos em 1139 por Affonso I., em 1385 por João I., e em 1640 por João IV. Não he abominavel, antes abençoado nos seus Effeitos, e respeitavel na sua Consequencia: Logo, o Facto he digno de louvor, e hum documento para a Historia Patria, que deixará eterna a memoria da mais deliberada Lealdade de huma tão benemerita Capital.

Que melhor prova podia dar-se da vitalidade da nação e da sua independencia acabada, do que estas côrtes de 1385, em que ella exalta uma dynastia, sem base na tradição nem na herança, unicamente enraizada no querer absoluto, commum dos portuguezes?

A fallar a verdade tinham rasão. D. João I de Portugal teria, quando muito, uns oito ou nove mil homens, D. João I de Castella não tinha menos de trinta mil, e alem d'isso trazia comsigo peças de artilheria que era a primeira vez que se viam em Portugal. Encontraram-se os dois exercitos em Aljubarrota, que fica entre Alcobaça e Leiria, a 14 de agosto de 1385, grande dia, rapazes!

Um dos mais antigos documentos que nos restam sobre as nossas superstições populares é a celebre postura da camara de Lisboa de 1385.

No momento critico, em que a batalha de Aljubarrota, dada em 14 de agosto de 1385, esteve perdida para os portuguezes, D. João I e o seu grande condestavel Nuno Alvares Pereira faziam, talvez ao mesmo tempo, o voto de edificar um templo ao Deus dos Exercitos, porque elle os podia salvar n'esse terrivel transe.

Por mais de um anno se prolongaram ainda as guerras pelas provincias afastadas; mas Lisboa, Coimbra e todo o centro do paiz era, em 1385, pelo Mestre. Os ultimos actos da revolução iam consummar-se: as côrtes de Coimbra e a batalha de Aljubarrota. Em Coimbra o grão-doctor é o general e o chefe.

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resado

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