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Atualizado: 15 de junho de 2025
Dois catres de ferro ao lado um do outro, uma cadeira sem fundo, sustentando a bacia e jarro mutilados, servia de lavatorio, a roupa pendurada em cabides fixos na parede mal caiada e salitrosa, ou cahida pelo chão, o espelho pendente dos caixilhos da janella, velas de sebo meio gastas mettidas em garrafas, cuja superficie era adornada de gordurentas stalactites, e em palmatorias de metal pintado de lagrimas verdes pela oxydação; a um canto o deposito da roupa suja, em outro o arsenal, composto de espingardas, rewolvers, paus ferrados, chicotes e cassetetes; além os arreios de cavalgadura; na mesa, ao pé da cama, os restos das grosseiras iguarias da ceia da vespera, alguns usados baralhos de cartas, de mistura com umas insignias pobres e desprezadas da vestimenta do padre, tudo ennodoado de azeite e de vinho, e pontas de cigarro por toda a parte.
Preparado tudo para a partida, levantaram-se ancoras, desfraldaram-se velas, e cortando as aguas sahiu a armada de mar em fóra no dia 9 de março, e seguiu viagem próspera até ás alturas de Cabo Verde, onde um temporal desfeito de tal modo agitou os mares, que os navios, envolvidos entre serras de ondas, ora eram alçados no cume das vagas como se ellas os quizessem expellir de si, ora quasi se submergiam na concavidade do abysmo.
Uma viva preoccupação da força é visivel nas suas grandes descripções e em nenhuma ella se manifesta tão energica como nas magnificas paginas sobre o terremoto. «Na manhã do 1º de novembro a cidade estremeceu, abalada profundamente e começou a desabar. Eram nove horas, dia de Todos-os-Santos: nas casas ardiam as velas nos oratorios, e as egrejas regorgitavam povo a ouvir missas.
Que eu só por entre ellas e o Oceano, Na minha nau a todo o panno, Hei-de passar! Venha o exercito da Allemanha, Mais seus alliados, mais a Hespanha, Hei-de vencer! Tu és grande, és forte, Guilherme! Tu és um mundo, eu sou um verme... Vamos a vêr! Venha uma immensa tempestade, Caiam raios sobre a cidade, Venham trovões! Que eu irei só para as janellas, Sem Santa-Barbara, sem velas, Sem orações!
Um dos mascarados raspou um phosphoro, accendeu cinco velas n'uma serpentina de bronze, pegou na serpentina, approximou-se de um movel que estava coberto com uma manta de viagem, e levantou a manta. Não pude conter a commoção que senti, e soltei um grito de horror. O que eu tinha diante de mim era o cadaver de um homem. Escrevo-lhe hoje fatigado, e nervoso.
Mas o meu Principe, que descera, enfiado, mandou buscar um engenheiro á Companhia Central da Electricidade Domestica. Por precaução outro creado correu á mercearia comprar pacotes de velas.
As velhas salvas de prata, batidas pelas chammas das velas de cera, punham no fundo do altar um brilho branco de Gloria.
Demorada no Tejo pelos temporaes, a esquadra portugueza só largou as velas no dia 29.
Elle despresa a vida, o riso, os corações E n'um mystico horror d'almas fanatisadas, Foge do mundo e vae, á busca de illusões, Em frageis bergantins de velas enfunadas. Talento peregrino o seu ideal recorda Um extasis de monja em frente d'um altar, Á hora em que o sol morre e a lua meiga acorda.
Á frente ia um frade com a cruz alçada; depois D. Pedro de Lima com metade da gente e das armas, na cauda o capitão da náu com o resto; e, entre ambos, as mulheres, umas de pé, outras em andores levados por marinheiros e grumetes, e feitos com os remos e velas do batel.
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