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Atualizado: 31 de maio de 2025


E o filho de Tructesindo, erguido nos estribões de ferro, debaixo do panno solto do seu pendão que apressadamente o alferes saccára da funda, descerrou a vizeira do casco para que lhe mirassem bem a face destemida, e lançou ao Bastardo injurias de furioso orgulho: Chama outros tantos dos villões que te seguem que, por sobre elles e por sobre ti, chegarei esta noite a Monte-Mór!

Mas n'um impeto de sublime orgulho, um impeto sobrehumano, em que cresceu como outra escura torre entre as torres da Honra, Tructesindo arrancára a espada: Com esta, covarde! com esta! Para que seja puro, não vil como o teu, o ferro que atravessar o coração de meu filho!

O Paço acastellado de Santa Ireneia, com as fundas carcovas, a torre albarran, a alcaçova, a masmorra, o pharol e o balsão: o velho Tructesindo, enorme, e os seus flocos de cabellos e barbas ancestraes derramados sobre a loriga de malha; os servos mouriscos, de surrões de couro, cavando os regueiros da horta; os oblatos resmungando á lareira as Vidas dos Santos; os pagens jogando no campo do tavolado tudo resurgia, com veridico realce, no Poemeto do tio Duarte!

Mas se as Infantas deixas indefezas Trahes a jura que déstes ao rei morto!... Esta duvida, porém, não angustiára a alma d'esse Tructesindo rude e leal que o Fidalgo da Torre rijamente modelava.

Quem assim chegava em dura pressa era Mendo Paes, amigo de Affonso II e mordomo da sua Curia, casado com a filha mais velha de Tructesindo, D. Theresa aquella que, pelo ondeante e alvo pescoço, pelo pisar mais leve que um vôo, os Ramires chamavam a Garça Real.

Ao meio pousava a massiça meza de carvalho, rodeada de escanhos até ao topo, onde se erguia, deante d'um aspero mantel de linho coberto de pratos de estanho e de picheis luzidios, a cadeira senhorial com o Açor grossamente lavrado nas altas espaldas, e d'ellas suspensa, pelo cinturão tauxeado de prata, a espada de Tructesindo.

E hirto na borda do eirado, sem descrusar os braços, o velho Tructesindo retomou o brado que por todo o terreiro da Honra rolou, mais arrogante e mais cavo: Meu filho, antes de mim, te respondeu, villão! Como se uma pontoada de lança lhe topasse o peito, o Bastardo vacillou na alta sella: e, colhido pelo repuxão das rédeas, o seu fouveiro recuou alteando a testeira dourada.

Então Tructesindo deteve a abalada, rente d'espinheiros que se torciam nas lufadas mais rijas do suão: Por Deus, senhores, que corremos em pressa e sem esperança!... Que pensaes, Garcia Viegas? Todo o bando se apinhára: e uma fumarada subia dos ginetes arquejantes sob as coberturas de malha. O Sabedor estendeu o braço: Senhores!

o velho Tructesindo não comia, não repousava, hirto e mudo deante do seu pendão, entre os seus dous mastins, n'aquelle fero dever de acompanhar, sem que lhe escapasse um arrepio, um gemido, um fio de sangue, a agonia do Bastardo.

E, desannuviado, sentindo as Imagens e os Dizeres surgirem como bolhas d'uma agua represa que rebenta, atacou esse lance do Capitulo I em que o velho Tructesindo Ramires, na sala d'armas de Santa Ireneia, conversava com seu filho Lourenço e seu primo D. Garcia Viegas, o Sabedor, de aprestos de guerra... Guerra! Porque?

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