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E com dito esto volveo o rosto contra Dom Diogo Lopes, e a Dom Nuno de Lara, e dice-lhes: «Bem vistes Senhores a offerta, que por limpeza, e lealdade minha, e de meus irmãos fiz com El-Rei, e assi ouvistes o que tambem dice a Dom Martim Gil, que aqui está, e não querendo por seu corpo tornar a esso, como por sua honra devia, mandou aquelles seus, que daqui partiram, que me vão ter ao caminho pera desacompanhado me matarem, porque vos peço, como a nobres, e honrados Cavalleiros, que por boa mezura me mandeis poer em salvo em Trancozo». E logo Dom Affonso se levantou, e dice: «Martim Gil vós não atentaste no que Dom Fernão Garcia vos dice? o que deveres de fazer, ca me parece que vos toca por maneira de traição, e não lhe quereis poer as mãos, como deveis, e vos elle requer

Hospedou magnificamente no seu Reino a pessoas muito grandes de Castella. Prendeo a João Nunes de Lara, senhor de Biscáya, e o soltou fazendo-lhe grandes mercês. Caza com a Infante Dona Isabel, filha delRei D. Pedro IV de Aragão, e que idade tinha quando se recebeo. Celebrão-se estes despozorios em Trancozo. Filhos legitimos, e naturaes que teve.

Como pelas deligencias do Conde de Bolonha El-Rei Dom Sancho se tornou a Castella, e do que se passou no caminho com os Cavalleiros de Trancozo

E ouvindo estas palavras a Dom Fernão Garcia, ficou muito injuriado, e abatido especialmente, porque áquella hora não lhe respondeo como a sua honra compria porque sómente lhe dice: «Dom Fernão Garcia dizeis mal, e do que dicestes vos não deveis de achar bem, se eu não morro». Polo qual Dom Martim Gil, fez logo mostrança a alguns dos seus que alli estavam que lhe fossem ter ao caminho, e o matassem, e Dom Fernão Garcia que os vio, e entendeo bem a tenção com que sahiam, antes doutra couza dice a El-Rei: «Senhor, vós quereis ir pera Trancozo, como vos tenho requerido?» E El-Rei lhe respondeo, que não, e então tornou D. Fernão Garcia, e dice ao Ifante D. Affonso: «Senhor, sereis testemunha vós, e esses Senhores que aqui estades da oferta, que por meus irmãos, e por mi vim fazer a El-Rei».

El-Rei D. Affonso posto que lhe estas novas chegassem, não se quiz levantar do cerco, que tinha sobre Beja, antes a combateo então fortemente com engenhos, e artilharias, até que a tomou por força, e pelo despeito que tinha do mal que os Mouros fizeram em Trancozo, todos os Mouros de Beja andaram á espada, ficando mui poucos vivos.

O outro he D. Alvaro de Abranches da Camera, que antes lhe havia mandado levantar novo sepulchro com seu Epitafio na Igreja de S. Pedro da Villa de Trancozo, trasladando seus ossos de outra baixa, e humilde, em que jazia, e fazendo lhe insculpir por divisa na pedra os instrumentos do officio de çapateiro, que elle havia exercitado.

Elle dice que si, e que era seu natural vassallo, e D. Fernão Garcia lhe tornou dizendo: «Senhor meus irmãos, que estão em Trancozo, e por cujo mandado venho como vossos vassallos, e naturaes, vos mandam pedir, e requerer, por ante o Ifante vosso primo, e estes Senhores que aqui estão, que vos vades pera aquella Villa, na qual, e em seu Castello vos receberão como a seu Rei, e Senhor, e assi em todolos outros de redor, que são a seu cargo, com tanto que não leveis com vosco Martim Gil, que aqui está, nem os seus, que destruiram vossa terra, e elle matou, e leixou os que quiz, sem querer que dos seus e doutros mal feitores se fizesse alguma justiça, ca certamente vós não tinheis de Rei mais que o nome, e a muito alta linhagem, e Real sangue de que decendeis, porque no efeito elle era Rei, e com este tamanho credito que lhe destes vos teem mui mal servido, em especial por seu mao conselho, por cuja cauza vós viestes ao estado em que agora estaes.

Fernão Garcia de Souza, filho de D. Garcia Mendes de Souza, e neto do Conde D. Mendo o Souzão, offerece a El-Rei D. Sancho II, quando voltava para Castella sem esperança de governar em Portugal, que se recolhe-se a Trancozo, e da pratica que fez a El-Rei em Moreira contra Martim Gil, pag. 36 e 37.

Depois de El-Rei D. Affonso Anriques ter tomado Lisboa como se disse, logo naquelle anno seguinte andando a era de N. Senhor em mil e cento e quorenta e oito annos, , foi El-Rei sobre Alanquer, e Obidos, e Torres Vedras, e sobre outros Castellos da Estremadura, que ainda eram de Mouros, durando em os tomar seis annos, e depois que os teve assentados, e assi toda a terra da Estremadura, ajuntou todas suas gentes, e passou-se a Alentejo, onde fez grande destruição em os Mouros, tomando-lhes Alcacere, Evora, Elvas, Moura, e Serpa, e outros lugares até chegar a Beja, o qual tendo-a cercada entrou grande poder de Mouros pela Comarca da Beira a fim de retraher, e fazer cessar o dano que El-Rei em elles fazia em Alentejo, e cercaram Trancozo, e depois de combatido e tomado por força destruiram o logar, e deixaram-no, matando muitos Christãos, e levando muitos delles cativos.

E acha-se, que em tornando El-Rei pera Castella, achegou ao Lugar de Moreira, que é junto da Villa de Trancozo, na qual a esse tempo estava Dom Gonçalo Garcia, e Dom Fernão Garcia de Souza, que diceram Esgaravunha, que foi bom trovador, e Dom Fernando Lopes, e Dom Diogo Lopes, todos quatro irmãos, filhos de Dom Garcia Mendes de Souza, filho do Conde Dom Mendo o Souzão, e de Dona Elvira Gonçalves, filha de Dom Gonçalo Paes de Toronho, que eram nobres homens, e mui principaes no Regno, e Dom Fernão Garcia sabendo da vinda de Castella del Rei por conselho de seus irmãos com um Escudeiro, a que deram sua lança, e sendo elle vestido de todalas outras suas armas se foi a Moreira, onde estava El-Rei, e o Ifante, e os outros Senhores, e posto ante elles tirou o Elmo da cabeça, e com os joelhos em terra beijou a mão a El-Rei, e ao Ifante Dom Affonso, e como se levantou, fez reverencia a Dom Diogo, e a todolos outros homens honrados, que eram prezentes, salvo a Dom Martim Gil de Soverosa, que era o principal homem; porque El-Rei Dom Sancho com quebra de seu Estado se regia.

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