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Ha uma indescritivel atonía Nas vagas tintas que o sol-pôr produz, Como um grande soluço de agonía, Que lentamente se tornasse em luz... Andam no ar acentos vagabundos De fados lacrimosos, Como endeixas de poetas moribundos, Ao luar, pelos êrmos lutuosos... Olhai que tardes estas... Tardes de outôno, tardes de agonía... Vái dormir o carvalho das florestas Para acordar um dia...

Nas cordilheiras pardas e distantes Adensam-se uns vapôres transparentes, Doirádos, luminosos, flutuantes, Sobre as carquêjas ásperas, dormentes... Na poeira luminosa do sol-pôr Agacham-se quietinhas, silenciosas, Dormindo num beatífico torpôr, A casaría, as arvores, as rosas...

Quando ao sol-pôr, n'uma suave tarde de primavera, nos vamos sentar, profundamente melancolicos, sobre o fraguedo que domina o horizonte, onde os longinquos resplendores do occaso fazem lembrar os reflexos de um palacio aereo illuminado para um sarau cavalheiresco, o nosso olhar tem o condão de não vêr atravez do florido scenario da natureza e do fundo auriluzente do céo mais que o ideial da sua melancolia.

Castelã da Tristêsa, vês?... A quem?!... E o meu olhar é interrogadôr Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr... Chora o silêncio... nada... ninguem vem... Castelã da Tristêsa, porque choras Lendo, toda de branco, um livro de oras, Á sombra rendilhada dos vitrais?... Á noite, debruçada p'las ameias, Porque rezas baixinho?... Porque anseias?... Que sonho afagam tuas mãos reais?... *Tortura*

O outro, o conde, é o occaso da idade-média, o sol-pôr de um seculo de feitos heroicos, de primores e gentilezas de cavalleiros intemeratos, occaso opulento de tintas e de sombras grandiosas, em que a luz briga ainda com as trevas, affirmando na lucta o valor que certamente havia aprendido com os cavalleiros d'esse tempo.

Palavra Do Dia

stuart

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