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Atualizado: 5 de julho de 2025


Enquanto elle fallava, eu olhava-o ávidamente, examinava a sua casaca, espreitava o volume que devia fazer a carteira onde estavam as cartas. E revolvia com a mão humida o bolso do meu vestido: tinha n'elle o frasco d'opio. Era um frasco de crystal verde, facetado, com tampa de metal fixa. As palavras de Rytmel n'essa noite eram muito doces e muito amantes.

Lentamente, pareceu-me que a confiança do seu coração se affastava de mim. Apartei-me, n'uma reserva discreta. Nunca mais nos nossos dialogos, todos exteriores e ephemeros, se alludiu á viagem de Malta. Eu, no entanto, continuava recebendo de Rytmel as cartas mais expansivas e mais intimas.

Captain Rytmel depois do primeiro instante de surpreza, em que se fez pallido, apressou-se a ir apertar a mão a uma senhora, extremamente bella, que estava sentada ao d'aquelle homem guloso e expansivo, o qual era um hispanhol, negociante de sedas, e se chamava D. Nicazio Puebla.

Estive quasi sempre, depois, com Rytmel. Lentamente a esperança renascia no seu espirito. Accommodava-se, ainda que com certas repugnancias, a uma situação mais racional, ainda que menos pura. Era um convalescente da paixão. Entrámos então n'uma vida serena, sem romance e sem lucta. Os corações tinham calmado, e fallavam baixo.

E quem faz tudo isto? Uma ilha feita metade de gelo e metade de rosbeef, habitada por piratas de collarinhos altos, odres de cerveja! Captain Rytmel ergueu-se risonho, approximou-se de mim, e disse: Peço-lhe que no fim do jantar pergunte áquelle engraçado doido o seu logar, a sua hora e as suas armas. E foi sentar-se serenamente.

Navegamos para Oeste, Captain Rytmel! affastámo-nos de Malta! Que é isto? Para onde vamos? Rytmel olhou longamente a condessa, depois a mim e disse: Vamos para Alexandria. Num relance comprehendi tudo. Rytmel fugia com a Condessa!... Eu fitei Rytmel, e disse-lhe tremendo todo: Isso é uma infamia! Elle empallideceu terrivelmente; mas a condessa, interpondo-se, com uma voz vibrante: Não! sou eu!

Rytmel empallideceu levemente e retirando de vagar as suas mãos d'entre a pressão das minhas: E sabe que é uma cousa irreparavel? Sei.

Captain Rytmel, disse eu, então mande deitar uma lancha ao mar. Que quer fazer? gritou a condessa. Eu? ganhar a terra. Acha que tambem não é uma infamia installar-me n'este navio? Está louco, disse Rytmel, ha um escaler a bordo. O vento cresce, o mar incha. O escaler não se aguentará dez minutos. Melhor! Um escaler ao mar! gritei eu. Ninguem se mecha! bradou Rytmel.

N'este momento Rytmel e a condessa subiam. Onde está Gozzo? perguntei eu a Rytmel. Ha talvez uma bruma, respondeu elle vagamente e voltando o rosto. O horisonte porém estava limpo, puro, sem mysterio, a perder de vista. Ao longe via-se uma sombra indefinida que denunciava a terra: e nós affastavamo-nos d'ella! Corri á bussola. Navegavamos para Oeste.

Eu interpuz-me, disse as cousas mais loucas: Rytmel, dê-me esse rewolver, sejamos homens. Que as nossas acções tenham a altura dos nossos caracteres. Nada mais simples. Nem a paixão póde retroceder, nem a honra condescender. A solução é a morte. Eu mato-me, fugi vós para bem longe...

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