Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 7 de julho de 2025


Desque El-Rei acabou de fallar, vendo os seus em elle tão grande confiança, e determinação, todos mui esforçados com suas palavras, e esforço, disseram, que por muito mais dezigual que o cazo fosse, delles aos Mouros, pois elle seu corpo determinava poer a tal feito, elles lhes não faleceriam, e o seguiriam como sempre fizeram, dizendo que dessem logo nelles.

Nós por poer nossos pais, nossas mãis, nossas pessoas, molheres, e filhos, com liberdade, elles a nós todos em seu cativeiro, a terra que hoje em dia tem, e pessuem em Africa, em Espanha, nossa foi, e a Christãos por nossos peccados a tomaram, e agora que Deos quer que a cobremos, com seu desfazimento, e destruição, não desfaleçamos a vontade do Senhor Deos, e a tamanho bem nosso; oh quanta mercê nos Deos faz Cavalleiros, e a quanto bem nos chegou, se lho bem conhecessemos, chegou-nos a um dia e feito tão glorioso, quanto Cavalleiros não poderiam, nem saberiam mais desejar.

Porque algumas pessoas dinas de e autoridade afirmaram, que uma das causas principaes porque estes feitos entre El-Rei e o Infante mais se damnaram, foi por entrevirem n'elles cartas falsas; porque umas davam a El-Rei em nome do Infante, que o Infante nunca mandara, e outras recebia o Infante com signaes d'El-Rei, em que El-Rei nunca assignara, fazendo os contrairos do Infante poer n'ellas as sustancias com que os corações de uma parte e da outra mais se damnassem.

Pelo qual El-Rei acordou de sobre ser até saber da certa determição do Infante, e então mandou poer fronteiros nos castellos d'arredor de Coimbra, receando que o Infante queria por ventura guerrear o reino, e andar por elle como lhe fôra aconselhado, e foi Diogo da Cunha a Thomar, e D. Duarte de Menezes a Pombal, e o proto-notario Berredo a Leiria, e assi outros a outros lugares.

Os quaes esforçados na muita gente que comsigo tinham e confiados que pela antiga criação e conhecimento que tinham d'aquelle reino, e assi pelo desamor que geralmente tinham ao Condestrabre, que as gentes d'El-Rei quando os vissem em rompimento e perigo os ajudariam, e temendo outrosi a gente de Portugal, que tambem ia sobr'elles, e vendo que por isso o cerco por muitos inconvenientes lhe não cumpria, determinaram poer seus feitos em ventura, e dar, como deram, batalha a El-Rei, em que foram de todo vencidos, d'onde o Infante D. Anrique sahiu ferido em um braço, de que a poucos dias falleceu em Aragão.

O Infante D. Anrique que n'aquelle officio era velho artificial, mandou á meia noite poer fogo a uma bombarda grossa, que no seu combate era assentada, com que aos mouros começou de fazer não menos dano que espanto, pelo qual desesperados d'achar remedio de salvação em suas armas, nem defesa, a vieram buscar e procurar na piedade do Infante.

Enviou logo El-Rei cartas de percebimentos de guerra por todo o reino, com declaração de querer por desobediencia e deslealdade do Infante D. Pedro ir contra elle, e assim mandou poer outras cartas publicas de perdão geral para todolos humiziados, que por quaesquer casos andassem fóra do reino, se n'esta ida contra o Infante o viessem servir, e assim se fizeram outras de editos porque mandava a todalas pessoas que eram com o Infante de qualquer estado e condicção que fossem, que a certas horas sob pena do caso maior se partissem logo d'elle, e d'estas algumas se pozeram nas praças publicas de Santarem, e outras haviam de ser por notarios publicadas em Coimbra onde o Infante era, e os primeiros que para isso foram ordenados cometeram o caminho, mas com receio não o seguiram e se tornaram, em cujo lugar foi logo ordenado por El-Rei e enveado a Coimbra Lourenço Abril, seu escrivão da camara, homem mancebo e de bom entender, e como quer que no caminho fosse das guardas do Infante impedido, houve porém de chegar a elle com sua licença e prazer, e tanta pressa se deu para a destruição do Infante, que o duque desapareceu de seu arraial em Coja, bespora de Ramos como atrás fica, e estes editos chegaram ao Infante em Coimbra bespora de Pascoa.

Esto assi detreminado, disse o Ifante a D. Pero Paes Alferes, que tomasse carrego dos que haviam de ficar e elle lhe respondeo: «Que cousa Senhor será irdes vós em algum lugar poer em a ventura a vosso corpo, em que me eu não ache a ter vossa bandeira, como ora em esta batalha, que vencestes de Sevilha, e outras muitas com vosso pai, até agora me sempre achei.» O Ifante lhe tornou a dizer, que elle fora desso mais ledo, mas pois seu cargo era guardar a oste, e rege-la, e governa-la, e nelle tanto confiava toda via quizesse ficar com ella.

D. Affonso, senhor de Cascaes, e D. Fernando seu filho sostinham a parte da Rainha; e porque D. Affonso era alcaide mór de Lisboa, tanto que sentiram as voltas da cidade contrairas a sua tenção se meteram no castello, e com elles alguns fidalgos seus amigos e outra gente de sua criação: e começaram logo de poer n'elle grandes avisos de guardas de dia, e vellas e roldas publicas de noite.

E depois d'El-Rei e o Marim terem seu conselho, acordaram por muitas razões boas que apontaram, que o cerco por então se alevantasse, com voto de o tornar a poer dobrado para o verão que logo vinha, como fizeram e se dirá.

Palavra Do Dia

inexequiveis

Outros Procurando