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Elle, quando Magdalena acabou, para mais a tranquilisar, affagou-a, dizendo-lhe: Não te afflijas, minha filha. O que preciso é que me digas se gostas muito do senhor Luiz, mas que me digas a verdade. Oh! muito, meu papae! E não te enganarás? Não, eu bem o sinto. Então ainda hasde ser muito feliz.

Magdalena! chamou elle, batendo mansamente. Ouviu dentro um leve ruido, mas ninguem lhe respondeu. Era Magdalena que tentava limpar as lagrimas e dar ao rosto e aos olhos uma expressão que não a trahisse. Magdalena! minha filha! volveu Jorge, batendo segunda vez, e um pouco opprimido. La vou papae! Jorge serenou-se, ouvindo-a.

O negro é bom, meu Jorge, disse a doente a custo. E se te peço muito que fiques sendo a mãe da nossa Magdalena, não te esqueças tambem de que o cabinda a trouxe ao collo muitas vezes, quando era mais pequenina. Não esqueço, minha Beatriz! soluçou Jorge. E elle não ha-de ser mais nosso escravo, não, papae? Não, minha filha.

Tinham chegado assim ao terreiro, que havia na rectaguarda do palacete, para o qual se descia por uma escadaria de pedra, no extremo de uma vasta varanda. Jorge de Macedo estava de , no topo das escadas, fumando um charuto, e n'uma attitude de quem esperava alguem. Magdalena, apenas o viu, desatou a correr e exclamou: Ah! o papae!

Eram os beijos da flor ao tronco onde nascera! eram os affectos gerados pelos laços mysteriosos do sangue! Que beijos aquelles! que affecto se não desdobrava alli! Mausinho, que me deixou hoje jantar , queixou-se ella com fingido agastamento. Tive muito que fazer, filha. Mas déste o teu passeio até ao lago, não? Dei, papae, acompanhou-me o cabinda.

Papae, atalhou Magdalena, affagando as faces de Jorge, humedecidas pelas lagrimas; o cabinda chora, não trates mal o cabinda, que é nosso amigo. Oh! sim, sim! acudiu o preto. O cabinda quer muito á sua filhinha, quer muito á sua senhora e muito ao seu senhor! O negro tem alma e não tem familia a quem a dar.

Quando, porém, Jorge instava ardentemente para que ella lhe revelasse a verdade, a afflicta menina não poude conter-se por mais tempo, não poude, nem por mais um momento, domar as ondas que lhe referviam no seio, e lançou-lhe novamente os braços ao pescoço, occultando o rosto, e exclamando soluçante: Sou muito desgraçada, papae!

Não esqueço os outros, que trabalham para a minha prosperidade, e fica desde o meu socio e amigo Luiz de Mello, encarregado de lhes augmentar os ordenados. Minha filha festejou-me os annos, collocando-os em volta d'esta meza, eu commemoro-os d'este modo, esperando que recolherão assim mais contentes. Como é bom, papae! murmurou Magdalena.

Tinha no rosto a pallidez sympathica, que tantas vezes inspira os poetas, e as mãos delicadas entrelaçadas uma na outra. Jorge, ao vêl-a sentada, ia ajoelhar-se junto d'ella, para mais uma vez, e carinhosamente, a interrogar, mas ella obstou a isso, accudindo de subito: Não, papae, sente-se aqui, ao meu lado... Mas conta-me o que tens, minha filha, disse elle, sentando-se.

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