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Pois que, sr. presidente? Cançariam maguas a quem se lhe antolhasse ter de ainda ouvir n'esta casa voz de homem, de homem nado do ventre d'este seculo, de homem que aqui entrou a verter no gasolifacio do templo do eterno Christo da eterna liberdade, a drachma ou o talento, a mialha ou o thesouro de sua dedicação, repito, sr. presidente, quem deixára de estillar bagas de pranto, ao aportar em chão portuguez com o presagio de que, alguma hora, havia de ouvir n'este sancta-sanctorum das luzes, blasphemias contra o luxo, que é a arteria, a órta do corpo industrial?
A escolha não podia ter sido, a todas os respeitos, mais acertada, pois os dois volumes eruditamente annotados dos Colloquios dos simples e drogas da India, com o antecedente volume que lhes serve de introducção Garcia da Orta e o seu tempo, ficaram constituindo, no total das suas 1200 paginas, um verdadeiro monumento classico, um trabalho magistralissimo em toda a parte.
Na India, em Gôa, onde era physico-mór, publicara Garcia da Orta, em 1563, os seus famosos Colloquios, repositorio importantissimo, embora de contextura um pouco pueril na sua fórma dialogada, do conhecimento das plantas e drogas indicas, e constituindo n'esse momento o primeiro documento rigoroso, authentico e scientifico sobre a materia.
Affirmado o seu gosto e competencia para os trabalhos de erudição botanica, Ficalho estava naturalmente indicado para presidir á reedição dos Colloquios dos simples e drogas da India, de Garcia da Orta, deliberada em 1889 pela Academia.
Ambos fizeram á idéa o melhor acolhimento, e por portaria de 27 de maio de 1841, assignada por Rodrigo da Fonseca Magalhães, se determinou a reimpressão dos Colloquios, sob a direcção do conselheiro João Baptista d'Almeida Garrett. Não teve andamento este tentamen, e é só em 1872 que Varnhagen, visconde de Porto Seguro, nos dá uma 2.ª edição da obra de Garcia da Orta.
Depois de Pedro Nunes exerceram successivamente o cargo de cosmographo-mór: Thomaz da Orta, de 1582 a 1596; João Baptista Lavanha, de 1596 a 1608, escreveu o Regimento nautico; Manuel de Figueiredo, já citado, de 1608 a 1623; Valentim de Sá, nomeado em 1623 e que escreveu o Regimento de navegar; Luiz Teixeira que navegou muito; o distincto general de mar D. Manuel de Menezes, que alguns dizem ter succedido a Figueiredo; Antonio de Mariz Carneiro, de 1631 a 1647; este escreveu o Regimento de Pilotos e o Roteiro da India Oriental, e foi cognominado O Agulha fixa, pelo muito que trabalhou na determinação da variação da agulha, como já disse.
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