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Atualizado: 10 de maio de 2025


E quando a fraca Nympha mais de siso Mostrava hum signal certo de firmeza, Então se provocava o moço a riso. Ja d'huma profundissima tristeza A descora o rigor que a consumia. Como diz desfavor mal com belleza! O gelado pastor folgava e ria; Mas vendo-a de seu gôsto andar contente, Por não a contentar s'entristecia.

Ja que minha ventura, Ou a causa qu'a ordena, Quer qu'em pago da dor tome o soffrella; Será mais certa cura Para tamanha pena Desesperar d'haver ja cura nella. Porque se minha estrella Causou tal esquivança, Consinta meu cuidado Que me farte de ser desesperado, Para desenganar minha esperança: Pois somente nasci Para viver na morte, e ella em mi. Oh Nympha delicada, Honra da natureza!

Entretanto, no meio da minha allucinação vaidosa, nunca me desamparou de todo o previdente instincto da dignidade; as minhas paginas confessavam, sim, o amor; amor profundo, amor immenso; mas este amor immenso e profundo, qual eu o emprestára á Nympha aerea dos montes, qual eu proprio o tributára á deidade phantastica da Primavera, e qual mulher nenhuma deixaria de o colher com avidez, se o encontrasse, apparecia aqui como um rico fructo do paraizo, ainda pendente no ramo, maduro, proximo a despegar-se, baloiçando-se a um lado e a outro, indeciso para onde haveria de cahir; era, na realidade, como fôra na fabula o ramo de oiro, passaporte para os campos ditosos de além mundo, mysterioso ramo que ninguem por força, nem por fraude, esgalharia da arvore, mas que por si se deixava tomar da mão chamada pelos destinos para o haver.

Ferio com arco, e de arco foi ferido, Com ponta aguda de ouro reluzente: Nas Thessalicas praias docemente Por a nympha Penea andou perdido. Não lhe pôde valer contra seu dano Saber, nem diligencias, nem respeito De quanto era celeste e soberano. Pois se hum deos nunca vio nem hum engano De quem era tão pouco em seu respeito, Eu qu'espero de hum ser, qu'he mais que humano?

Antes que tal succeda, que gloria Alcanças com deixar aos navegantes Da tua ingratidão esta memoria. Da nossa differença não te espantes: Tu Nympha, eu pescador: Glauco, deos vosso, Qual eu agora sou, tal era d'antes. Tambem eu entre as hervas achar posso Aquella, a quem o ceo deo tal virtude, Que muda n'outro ser este ser nosso.

Aqui huma linda Nympha, por acêrto Perdida da fragueira companhia, A quem este lugar era encoberto; Cansada ja da caça vindo hum dia, Quiz descansar á sombra da floresta, E tirar nas mãos alvas d'ágoa fria.

ALMENO. Se a vista não m'engana a phantasia, Como ja m'enganou mil vezes, quando Minha ventura enganos me soffria; Parece-me, que vejo estar lavando Huma Nympha algum véo no claro Tejo, Que se m'está Belisa figurando. Não póde ser verdade isto que vejo; Que facilmente aos olhos se figura Aquillo que se pinta no desejo. Oh acontecimento, qu'a ventura Me para mor damno!

Cupido, que alli sempre costumava A vir passar a sésta á sombra fria, Em hum ramo arco e settas, que trazia, Antes que adormecesse, pendurava. A Nympha, como idoneo tempo víra Para tamanha empresa, não dilata; Mas com as armas foge ao moço esquivo. As settas traz nos olhos, com que tira. Ó Pastores! fugi, que a todos mata, Senão a mim, que de matar-me vivo.

A formosura, pois, que namorava, Com tal difficuldade era seguida, Qu'estando dentro em si, mui longe estava. A solitaria Nympha, qu'escondida Ja nas cavernas concavas se via, Dos males que lhe ouvio foi commovida. Das namoradas mágoas que dizia O namorado moço, ella somente Os ultimos accentos repetia.

Gloria de que gozar não merecia! E qual se póde ver quem hum cuidado Sostem, que he da dor certa morada, E nelle vive desesperado? Qual ha de ver-se, ó Nympha delicada, Hum'alma que te via; e em te vendo O fio lhe cortou a Parca irada? A causa deste mal eu não a entendo: entendo que, perdida essa luz pura, Por perdida a não ver, vivo morrendo.

Palavra Do Dia

sortílego

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