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Atualizado: 26 de julho de 2025


Eu poucas vezes canto os casos melancolicos, Os lethargos gentis, os extasis bucolicos E as desditas crueis do proprio coração; Mas não celebro o vicio e odeio o desalinho Da muza sem pudor que mostra no caminho A liga á multidão.

Mas, Senhora, a minha Muza Tem talvez errado os Cultos; Cuidando ter feito obsequios, Talvez tenha feito insultos; Dirão, que, trocando as cordas Forão meus sons desiguaes; Que errei em fallar aos Filhos, Sem fallar primeiro aos Pais. Que podia esta Embaixada Se désse em mais habil mão, Cumprir as leis da Saudade, Sem violar as da razão;

Pois me pedes, ó Muza, instantemente, Que emboque a Eroica tuba altisonante, Que a cego Marte impele os peitos fortes; Eu que sem forsas teu carater serio Em versos graves sustentar naõ poso, Revestido da lépida Talia C'o a máscara atrevida, para ensaio

Mas, Senhor, deixando graças, Pois não as pede a materia, E pedindo á minha Muza, Que seja comvosco séria; Rogo ao Ceo vos mil annos, que são tão bem gastados; Annos que achareis depois Em Livro de Oiro apontados; E se em dia de Mercês Ides de Semana entrar, Seja a Mercê destes Annos O meu nome apprezentar.

Embora! caminhae deixando um grande rasto D'estranhas emoções, d'aromas sensuaes: E ao pobre que mendiga a pallidez d'um astro; Ao que sonha vizões e archanjos d'alabastro Fazei por despenhar nos longos tremedaes! Do velho idyllio, a muza, ha muito que dorme, E o arroio em vão suspira e chora a nossos pés!

Desde hoje, do Mestre Horacio Minha alma a lição escuza; Quiz a minha Bemfeitora Ser tambem a minha Muza; De fino licor mandastes A minha cava prover; A vossa mão generoza Sabe dar, como escrever; A' parca meza assentado, Em Vinho, e Carta pegava; Hia bebendo, hia lendo, E tudo me embebedava;

A Muza, que ha pouco as fez, Outra rima não me inspira; Por mais que mordo nas unhas, E que em vão tempéro a Lyra. Acceitai meus bons dezejos; E como homem de razão Não desprezeis baixos Versos, Quando os dicta o coração; Minhas fiéis expressões, Filhas de amor, e saudade, O que não tem em poezia, Lhe vai supprido em verdade.

Tomei, reconhecido, as suas mãos nas minhas e ella abraçou-me sem constrangimento. Uni-a a mim e beijei-a. A expressão de amor com que ella me olhava era mais eloquente do que quanto podesse exprimir a palavra. Sobre nós espraiavam-se as largas e magestosas folhas da Muza, cujos esplendidos cachos de côr dourada beijavam o chão.

Senhora, em honra do Dia, Esforçando a mão pezada, Tómo a Lyra, ha longo tempo Ao silencio consagrada; E em quanto lhe alimpo as cordas, Que bolor aos dedos dão, E atarantadas aranhas Despejando o bêco vão; C'os olhos ao ar alçados A' minha Muza pedia Me désse sonóros Versos, Dignos de Apollo, e do Dia;

A Minha Muza cansada, Perdendo os vôos ligeiros, E ao de murchos loireiros Com razão apozentada, Hoje, Senhor, animada Do amor, e da gratidão, Esquecendo a multidão De frios cabellos brancos, Vem, forcejando os pés mancos, Metter-me a Lyra na mão.

Palavra Do Dia

carreau

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