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Atualizado: 8 de junho de 2025


De quanto tenho visto Ja agora não m'espanto, Que até desesperar se me defende. Outrem foi causa disto, Pois eu nunca fui tanto Que causasse este fogo que m'encende. Se cuidão que m'offende Temor d'esquecimento, Oxalá meu perigo Me fôra tão amigo, Que algum temor deixára ao pensamento! Quem vio tamanho enleio, Que houvesse ahi'sperança sem receio? Mas triste quem não póde ja perder!

Se vos aggrava quem por vós padece; Se vos vẽe a offender quem vos quer tanto, Quem desta sorte errou não desmerece. Que quando os olhos da razão levanto Ao ceo d'essa rarissima belleza, De não morrer por ella m'espanto. Deixae-me contentar desta tristeza, E fazer de meus olhos largo rio; Se algum póde abrandar vossa dureza.

Na noite velha, a mim, como tições ardendo, Fitavam-me os olhões pesados das ciganas; Deitavam-n'os o fogo aos predios e arribanas; Cercava-me um incendio ensanguentado, horrendo. E eu que era um cavallão, eu que fazia pinos, Eu que jogava a pedra, eu que corria tanto; Sonhava que os ladrões homens de quem m'espanto Roubavam para azeite a carne dos meninos!

Mas se de ver-me no mar t'espantas, Eu m'espanto tambem do estylo novo Com que as ondas horrisonas quebrantas. Porém se com verdade o louvo e approvo, Desejo de o provar contra o sylvestre Antigo pastoril, qu'eu mal renóvo. E tu, que no tocar pareces mestre, Bem julgarás se ha clara differença Entr'o canto maritimo e o campestre.

ALCIDO. Muda-se a idade, Delio; e se se muda Com ella a condição, nada m'espanto; O gôsto m'ajudou, ja não m'ajuda. Se ja cantei amor, se amor não canto, Culpas do tempo são, que vai mudando O meu cantar alegre em triste pranto. O tempo, que tão leve vai voando, Delio, não torna mais; e assi fugindo, Mil claros desenganos nos vai dando.

Querendo-se tornar, vê-se perdido; Ja grita que se affoga; e tu zombando, Da praia entre os penedos escondido! O triste, que conhece ir-se affogando, No meio da arriscada zombaria Por divino soccorro está clamando. Mas eu de que m'espanto, se dizia Hum sabio que d'enganos se temesse O que tomasse a hum cego tal por guia?

Senhora, a culpa he vossa, Que para me matar Bastára hum'hora de vos não ver. Puzestes-me em poder De falsas esperanças: E do que mais m'espanto, Que nunca vali tanto, Que visse tanto bem, como esquivanças. Valia tão pequena Não póde merecer tão doce pena. Houve-se Amor comigo Tão brando, ou pouco irado, Quanto agora em meus males se conhece.

Palavra Do Dia

descolorida

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