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Atualizado: 6 de junho de 2025


Vinte e cinco, vinte e cinco, affirmou a S. Joanneira. E o conego apoiou-a, oscillando gravemente a cabeça. Está entrevadinha de todo, senhor parocho! rompeu a irmã do conego, avida de fallar. Parece uma alminha de Deus! Os bracinhos são isto! E mostrava o dedo minimo. Para a gente a ouvir é necessario pôr-lhe a orelha ao da boca!

Depois as palavras muito praticas da S. Joanneira trabalhavam-lhe silenciosamente n'alma: o emprego do governo civil rendia 25$000 reis mensaes; casando, reentrava logo na sua respeitabilidade de senhora; e se a mãi morresse, com o ordenado do homem e com o rendimento do Morenal, podia viver com decencia, ir mesmo no verão aos banhos... E via-se na Vieira, muito comprimentada pelos cavalheiros, conhecendo talvez a do governador civil.

A S. Joanneira é uma pessoa de bem! olhe que é uma pessoa de bem, Mendes! exclamava o conego batendo no chão fortemente com a ponteira do guardasol. As linguas do mundo são venenosas, senhor conego, disse o coadjutor com uma voz chorosa. E depois d'um silencio acrescentou baixo: Mas aquillo a vossa senhoria deve-lhe sahir caro! Pois ahi está, meu amigo!

E desceu devagar, palitando os dentes. A S. Joanneira alumiava no patamar, com o candieiro. Mas nos primeiros degraus o parocho parou, e voltando-se, affectuosamente:

Ao meio dia veio o Libaninho, o beato mais activo de Leiria; e subindo a correr os degraus, gritava com a sua voz fina: Ó S. Joanneira! Sobe, Libaninho, sobe, disse ella, que costurava á janella.

O conego, pesado, cerrava as palpebras; tudo na sala parecia ir gradualmente adormecendo; a luz do candieiro esmorecia. Pois senhores, disse por fim o conego mexendo-se, isto são horas! O padre Amaro ergueu-se, e com os olhos baixos deu as graças. O senhor parocho quer lamparina? perguntou cuidadosamente a S. Joanneira. Não, minha senhora. Não uso. Boas noites!

A S. Joanneira interrompeu a meia, e tirando a luneta: Ai, não imagina, senhor parocho, é o milagre dos milagres! Se é! se é! disseram. Houve um recolhimento devoto. Mas então...? perguntou Amaro, todo curioso.

Como christão, como parocho, como amigo da S. Joanneira o seu dever era procurar Amelia, e, com simplicidade, sem paixão interessada, contar-lhe que fôra João Eduardo, o seu noivo, que escrevera o Communicado. Foi elle!

E o parocho, com a sua bengala entre os joelhos, sentado no canapé, devorava todos os tons da voz d'ella emquanto a S. Joanneira tagarellava, contando as peças de algodão que comprára para lençoes, os arranjos que ia fazer no quarto dos noivos, e as vantagens de viverem juntos... Uma felicidade por ahi além, interrompeu o conego erguendo-se pesadamente.

Aquillo tudo é a respeito do jornal, disse Arthur Couceiro, vindo retomar o seu trabalho lyrico. O Natario não socega emquanto não souber quem escreveu o Communicado; disse-o elle em casa da S. Joanneira... E a coisa pelo Silverio vai bem, que é o confessor da mulher do Godinho. Corja! rosnou o Borges com nojo.

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