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D. Julia, com uma alegria infantil, aceitou este lunch frugal, e, reanimadas com elle as suas forças, pediu para visitar a quinta. A avó de Rosa estava sentada no jardim, debaixo d'um caramanchel de clematites, fiando, e cantando com voz tremula o estribilho d'um romance antigo.

Edificada na face oriental da falda, aquella casa, afagada logo de manhã pelos raios alegres do sol despontando ao longe por detraz da serra do Caramulo, bafejada pela amenidade da natureza sorridente que a cercava, parecia uma d'aquellas vivendas phantasticas que nós, quando fomos pequenos, anteviamos atravez da nossa imaginação infantil, excitada pela narração d'um conto de fadas ou de princezas encantadas que nossa avó nos contava ao serão.

Por mais que se queira, não é possivel fugir á fantasia, que é afinal a parte intelectual e superior da vida; o ponto está em que se canalise devidamente a atenção e o gosto infantil e se lhe anotando o que de impossivel se conta para os entreter.

Disse-lhe então que era impossivel o amor entre nós. Rica, bella, não podia ser amada desinteressadamente, ao menos diante do publico. Tinha vergonha que dissessem que a amava pela fortuna que possuia; esmagava-me esta idéa vil do senso commum. Desde esse instante procurei combater-lhe o sentimento puro que me revelara. Descobri-lhe uma rival, com quem ella, apezar de todos os encantos, não poderia competir, que a deixaria na sombra a estiolar-se, emquanto se aureolava de luz, se dava á adoração de todos; era a Arte, a Arte! Quando lhe descobri esta atrocidade do egoismo, em vez de desmaiar e desfallecer como aquella ingenua e timida donzella que se prostra ante a magestade olympica de Goethe, repellida pela sua rival a Arte, que a lançou fóra do seu templo, pelo contrario se enlaçou a mim com uma candura infantil, despreoccupada, beijou-me em delirio, segredando-me com uma voz que se coava por mim, que me vencia: O que é a Arte sem a realidade! Depois disse-me com a voz languida, frouxa, impensada como a melodia de uma harpa eólia: «Eu bem sei que não tenho uma belleza que deslumbre; nem ella existe senão para exprimir algum sentimento. O que agora se passa em mim é uma verdade, é por isso que as outras me chamam bella. Se eu tivesse uma correcção de fórmas como um marmore antigo, tinha medo, sabia que não era amada por mim, que me adoravam os contornos da plastica. Gosto mais de ser como sou, posso ser amada com mais verdadeSentia-me mais do que Deus; elle nunca teve uma adoração assim; tinha vontade de precipitar o tempo, e chamar-lhe minha. O amor ia crescendo de dia para dia. Diante da mulher que eu sonhara, era preciso mostrar-me grande para merecel-a. «Eu bem sei que a minha familia hade combater o nosso amor; que importa! Tenho medo de não poder luctar. Se me violentarem a casar com outro, tens direito a reclamar quando quizeres o teu amor

A geographia, que não é mais do que uma arida e enfadonha nomenclatura, animada pelo espirito da mãe intelligente, levaria a imaginação infantil, não pelos paizes chimericos, do sonho e do impossivel, mas por essas regiões pittorescas, onde tanto ha que vêr e que aprender.

A criança não é um homem e é quási tam diferente do homem como a lagarta da borboleta. Que se diria de quem quizesse alimentar ou tratar a lagarta do bicho da sêda como a sua borboleta, como êle na sua fase de insecto perfeito? E no entanto lagarta e borboleta, tam diferentes na fórma e nos hábitos, são o mesmo indivíduo. Assim sucede com cada um de nós, na sua fase infantil e na sua fase adulta.

E como é para lastimar que a sua espiritada intelligencia se demore nestes sophismasinhos escholares! O sr. Castilho não denota, numa palavra sequer, preferencia a Myllevoye. Nem ao menos o compara com Byron, Espronceda, etc. O que elle faz é aconselhar cortezmente o sr. Chagas a deixar o infatuado e infantil intento de seguir as pisadas de Byron.

Assim, havia nelle A historia duma gota de agua, Aventuras de uma aresta, A conta de crystal, Hostia de oiro, A camelia côr de mel, etc., assumptos innocentes, pontos pequenissimos de partida a uma philosophia de desvairamentos para auxiliar os vôos da imaginação infantil, isto vasado num metro facil, dicção correntia.

Não ja a mesma Joanninha de ha tres annos, não a mesma imagem que elle trazia, como a levára, no coração; mas uma gentil e airosa donzella, uma mulher feita e perfeita, e que nada perdêra, comtudo, da graça, do incanto, do suave e delicioso perfume da innocencia infantil em que a deixára!

O gosto de ser contemplada, admirada, de excitar emulações raivosas, de ser apontada como um modelo de elegancia infantil, accende no espirito da creança a funesta luz que mais tarde ha de allumiar os erros da mulher.

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