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Atualizado: 21 de junho de 2025
Como ho Ifante D. Affonso requereo ha ElRei D. Diniz seu padre, que fizesse Cortes aas quaaes depais nom quiz vir.
El-Rei Dom Sancho a este tempo era em Coimbra, e como vio as cartas do Papa, e de seu irmão, e soube que elle era entrado no Regno onde inteiramente lhe obedeciam, elle de si mesmo foi muito trovado, e o fizeram ser muito mais os homens maos, e perversos Conselheiros, que consigo trazia, porque receáram executar-se nelles sem escuza as penas, que por seus desmerecimentos, e grandes delitos mereciam, e estes lhe fizeram que não cresse, nem obedecesse a couza, que o Papa, nem seu irmão lhe escrevesse, nem outros por seu bem lhe dicessem, porque o bem, nem asecego del-Rei, em cazo que depois o tivesse não asegurava, nem descançava aos que o seguiam, pelo qual de seu parecer delles, e como desesperado doutro bom conselho, sem receber dano de pessoa alguma, nem lhe ser feita desobediencia, nem contradição, se foi logo a Castella com fundamento de pedir soccorro contra seu irmão, a El-Rei Dom Fernando, deste nome o segundo, que então nelle Regnava, que era seu primo com irmão, filhos de duas irmãs da Rainha Dona Biringela, madre del-Rei Dom Fernando, e Dona Orraca, madre del-Rei Dom Sancho, ou ao menos pedir este soccorro e ajuda ao Ifante Dom Affonso, filho herdeiro do dito Rei Dom Fernando, que em Castella e Lião, já tinha grande poder, e muita autoridade.
Da qual couza prouve a El-Rei Dom Fernando, e pondo-a em obra ordenou logo pera vir a Portugal o Ifante Dom Affonso de Molina, seu irmão, filhos ambos del-Rei Dom Affonso de Lião, e da Rainha Dona Biringela, e com elle Dom Diogo Lopes de Haro, Senhor de Biscaya, e Dom Nuno Gonçalves de Lara, e Dom Ruy Gomes de Galiza, e Dom Ramilo Frole, e Dom Rodrigo Froyas, bom Cavalleiro, e Dom Fernando Anes de Lima, e outros grandes senhores, e com elles muitas gentes de pé, e de cavallo, com que entráram em Portugal pela Comarca de Riba de Coa, que a este tempo ainda era de Castella, e por elles fazerem sua entrada pela terra da Beira, que toda estava á obediencia del-Rei Dom Sancho, não houveram no caminho contradição, nem resistencia alguma, e assi chegaram ao lugar de Abiul, que é a quatro legoas de Leiria.
Acabados hos convites ElRei, e ha Rainha Daragam se volverão ha Tarraçona, e ElRei D. Diniz, e a Rainha sua molher, e ho Ifante D. Johaõ aho outro dia se foraõ aa mesma Cidade onde era concordado, que pera determinação de seus debates todos aviaõ de seer juntos, salvo ElRei de Castella, que nom avia de seer prezente, porque ho dicto D. Johaõ seu tio por todas suas couzas hia por seu Procurador soficiente.
Esteve o Ifante em Evora alguns dias por sentir o que os Mouros queriam fazer por sua vinda, e tambem por dar folgado caminho aos seus. Este tempo que o Ifante hi esteve, os Mouros nunca fizeram entrada, nem intentaram cousa alguma, que de contar seja, pelo qual pareceo ao Ifante tempo de fazer o porque viera.
Como ElRei D. Fernando cazou com a Ifante Dona Costança, e ho Ifante D. Affonso de Portugal com ha Ifante Dona Breatis de Castella, e das menagens, que sobresso se fizeraõ, e da decisaõ, que fez nas contendas que avia antre hos Principes Despanha, e da grandeza, e prudencia com que nella se ouve, e muitas mercees que fez.
Aho que cada hum dos Senhores, que eram prezentes, responderaõ com ha door, e tristeza que por esso tinha, e pera booa paaz, e concordia antre ElRei e ho Ifante, deram seu voto, e offereceram suas forças, e booa vontaade.
Em nome de Deos amem, saibam quantos esta carta virem, e leer ouvirem que como fosse contenda sobre Villas, termos, e partimentos, posturas, e preitos antre nós D. Fernando pela graça de Deos Rei de Castella, e de Liam, e de Toledo, Dalgezira, Sevilha, e Cardova, e de Murcia, e Jaem, e do Alguarve, e senhor de Molina de huma parte, e D. Diniz pela mesma graça de Deos Rei de Portugual, e do Alguarve, da outra por razaõ destas contendas sobre ditas nacem antre nós muitas guerras, e omezios, e excessos em tal maneira que de nossas terras dambos foram muitas roubadas, queimadas, e estraguadas em que se feez hi muito pezar ha Deos nosso Senhor por morte de muitos homens, vendo, e guardando que se aho diante fossem destas guerras, e discordias que estavam nossas terras dambos em tempo, e ponto de se perder por nossos peccados, e de vir as mãaos dos imiguos da nossa fee, e em fim por apertar tam grande desserviço de Deos, e da Santa Egreja de Roma, nossa madre, e tam grandes danos, e perdas nossas, e da Christandade, por ajuntar paaz, amor, e grande serviço de Deos, e da Egreja de Roma ho sobredito Rei D. Fernando com Concelho, e outorguamento, e por autoridade da Rainha D. Maria minha madre, e do Ifante D. Anrique meu tio, e meu Tutor, e guarda dos meus Regnos, e dos Ifantes D. Pedro, e D. Felippe meus irmãaos, e de D. Dioguo de Faram Senhor de Biscaya, e de D. Sancho filho do Ifante D. Pedro, e D. Joham Bispo de Tuy, e D. Joham Fernandes Adiantado moor de Galiza, e D. Fernam Fernandes de Molina, e D. Pedro Ponce, e D. Guarcia Fernandes de Villa maior, e D. Affonso Peres de Gusmam, e D. Fernam Pires, Mestre Dalcantra, e D. Estevaõ Pires, e D. Telo Justiça moor da minha Caza, e doutros Ricos homens boons de meus Regnos, e da Irmãdade de Castella, e de Liam, e dos Concelhos destes Regnos, e de minha Corte.
Do que succedeo do cazamento do Ifante D. Affonso, filho delRei D. Diniz, e do Ifante D. Fernando, filho delRei D. Sancho de Castella.
E feitas assi estas concordias cõ ho Ifante D. Johaõ, e cõ D. Johaõ Nunes, ainda ficavaõ ha ElRei D. Fernãdo duas arduas contendas por concordar de que se esperavaõ grãdes guerras, e muitos danos se nom se atalhassem, e huma era antre ElRei D. James Daragaõ sobre ho Regno de Murcia, e ha outra antre D. Affonso de Lacerda, sobre ho Regno de Castella como atraaz dice.
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