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Atualizado: 9 de julho de 2025


E se o duro trabalho, he manifesto Que por grave que seja, ha de passar-se Com animoso esprito e ledo gesto; De que serve ás pessoas o lembrar-se Do que se passou ja, pois tudo passa, Senão d'entristecer-se e magoar-se? S'em outro corpo hum'alma se traspassa, Não como quiz Pythagoras na morte, Mas como quer Amor na vida escassa;

Mas, pois o peito ardente Huma póde ter, formosa Dama, Basta que esta somente, Como se fossem mil e mil, vos ama, Para que a dor de sua ardente flama Comvosco tanto possa, Que não queirais ver cinza hum'alma vossa.

Aprenda em mi a gente Quão cara huma isenção com Amor custa: A pena bem justa A hum'alma que lhe he pouco agradecida. Ai quão devagar passa a triste vida! Detem hum pouco, Musa, o largo pranto Que Amor te abre do peito; E vestida de rico e ledo manto, Demos honra e respeito Áquella, cujo objeito Todo o mundo allumia, Trocando a noite escura em claro dia.

DURIANO. Então, cruel, verás se te merece Com tamanho desprêzo ser tratada Hum'alma, que d'amar-te se preza. Mas como poderás ser desprezada, Se o menos qu'em ti fóra se parece, Póde abrandar dos montes a aspereza? Porque se a natureza Em ti o remate poz da formosura, Qual será a pedra dura, Qu'a teu valor resista brandamente?

S'este consentimento foi divino, Consinta-me tambem que perca a vida, Antes que a mais m'obrigue o desatino. Pois se a fortuna sempre embravecida Em meu tormento tanto se desmede, Não viva mais hum'alma tão perdida. E vós, feras do monte, pois vos pede Minha pena o remedio derradeiro, Fartae ja de meu sangue vossa sêde.

Porque o bem que a esperança vãa promette, Ou a morte o estorva, ou a mudança, Que he mal que hum'alma em lagrimas derrete. Ja, Senhor, cahirá como a lembrança, No mal, do bem passado he triste e dura, Pois nasce aonde morre a esperança. E se quizer saber como se apura Em almas saudosas, não s'enfade De ler tão longa e misera escriptura.

E se de tão suaves desfavores Penando vive hum'alma consumida, Oh que doce penar! que doces dores! E se huma condição endurecida Tambem me nega a morte por meu dano, Oh que doce morrer! que doce vida! E se me mostra hum gesto lindo humano, Como que de meu mal culpada se acha, Oh que doce mentir! que doce engano!

Taes azas o desejo ao pensamento! Pois se o desejo afina Hum'alma accesa tanto, Que por vós use as partes de divina; Por vós levantarei não visto canto, Que o Betis me ouça, e o Tibre me levante: Que o nosso claro Tejo, Envolto hum pouco o vejo e dissonante. O campo não o esmaltão Flores, mas abrolhos O fazem feio; e cuido que lhe faltão Ouvidos para mi, para vós olhos.

A ordem se mudava Das penas que regendo está Plutão; Em descanso se achava A roda de Ixião, E em glória quantas penas alli são. De todo ja admirada A Rainha infernal e commovida, Te deo a desejada Esposa, que perdida De tantos dias ja tivera a vida. Pois minha desventura, Como ja não abranda hum'alma humana, Qu'he contra mi mais dura, E inda mais deshumana, Que o furor de Callirrhoë profana?

Os corações prende Com graça inhumana; De cada pestana Hum'alma lhe pende. Amor se lhe rende, E pôsto em giolhos, Pasma nos seus olhos. Verdes são os campos De côr de limão; Assi são os olhos Do meu coração. Voltas. Campo, que t'estendes Com verdura bella; Ovelhas, que nella Vosso pasto tendes; D'hervas vos mantendes Que traz o verão; E eu das lembranças Do meu coração.

Palavra Do Dia

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