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Atualizado: 1 de julho de 2025


Depois de separada toda a pelle, deve raspar-se bem o interior della com algum instrumento de aço pouco affiado, para que a não rompa, e esfregar-se com sabão desfeito em agoa tepida, até que fique sem o menor resto de carne, sangue ou gordura, que possa ser principio de corrupção.

Não aquellas côres, que elle tem? Olhe que alli onde o , inda tem muita força. Come-lhe bem, e está gordo como um tanho... Bem sei que está gordo; mas que me importa a mim a gordura de seu irmão? Como não quero vendel-o a pêso... Isso não é resposta de menina honesta, Rosinha. Não se ponha a rir... Acho que tem as manhas da sua amiga. Foi ella que lhe disse que não quizesse o meu Antonio?

Viste aquelle mais alto, e mais velho? Se não é um africano branco, berber, mesmo ao pintar! E o outro? o loiro, parece celta. O da cara redonda é que se assemelha mais ao typo luso; mas assim roliço, e puchando para a gordura... é com certeza ibero.

Que a poupasse, que lhe não desse trabalho em demasia para não a fatigar: o dóte d'ella unido ao dinheiro que elle tinha, poderia porpocionar-lhes uma existencia descuidosa nos braços d'uma indolencia salutar propicia á gordura.... E entrava em demoradas considerações a respeito da bôa vida, como sectario da vadiação, que era.

O jardineiro, então, entra de improviso, mata o dragão e a esposa culpada, derrete-os e com a gordura rega o alecrim. O encanto foi desfeito e a princeza readquiriu a liberdade e a saude desposando pouco depois o principe, a quem amava.

Até mais gorda; eu bem o previa, que a gordura havia de a aformosear! E recordava as suas convivencias passadas, a atmosphera quente de bordel onde a conhecera, a sua inclinação, aquellas ceias em que bebiam champagne e adormeciam ébrios nos braços um do outro, os requintes de lubricidade, em que se juravam amor e a pequena, que faria ella da pequena?

Mas aquelles patifes, de punhaes desembainhados, sanhudos, faziam esgares! E a desditosa amante do Principe, entre soluços e lagrimas, pensava: Que demonio tem hoje o D. Affonso? O rei via a canja, os olhinhos da gordura, o arroz muito branco... E arregalava o olho e abria a venta! Ah! que delicioso quadro!

Ermelinda principiou assim a ter uma aversão da toilette, do aceio; deixava-se ficar todo o dia com o penteador encardido da gordura dos cabellos, um desleixo de si, uma preguiça sentimental occupada em se lastimar. Não que valia a pena, realmente, estar a enfeitar-se para o senhor seu marido! nunca ella o tivera conhecido

Uma abbadessa! «Esplendido senhor», o cão responde; «de vós depende o ter igual gordura. Fugí dos bosques, onde por teima da desgraça de fome e frio achaes fartura, vós, senhor lobo, e a vossa pifia raça. Dias e dias sem comerem nada! e por festas, raras, esquecidas, um petisquinho conquistado á espada, tragado ás escondidas! Ahi é certa a morte! Furtae-vos a seus braços!

O padre reaccionario anda quasi sempre de loba; tem os olhos baixos, o passo miudo e commedido, o sorriso contrafeito como uma coisa azeda misturada com assucar; gordura fria e pallida, um tanto sinistra; mãos brancas, suadas, viscosas; pés moles, de pato, arrastando. O confissionario é para elle uma vocação, um destino, um prazer: é a sua arte. Algumas vezes mobila-o com certo luxo, introduz-lhe um sophá e abastece-o de viveres: uma lata de pão de e copos com geléa.

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