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Atualizado: 6 de maio de 2025


Seguiu-se durante alguns mezes um combate incessante e terrivel, cujas diversas phases deixaremos de memorar por não valerem para o nosso principal intuito. Baste saber-se que nos principios de agosto sahiu a frota da barra de Goa, e que aos 22 de novembro ahi surgiu outra vez, trazendo cerca de dous mil homens entre portuguezes e malabares.

Goa occupou ao governador todo o anno de 510; porque o Sabaio, tomado por surpreza em fevereiro, voltou no verão; e os soldados de Albuquerque não quizeram resistir-lhe. Apesar do desespero e das maldições, da furia e das ameaças do governador, abandonaram a cidade e embarcaram.

Mas esta felicidade e socego não lhe durou muito, porque logo no anno seguinte, vindo a fallecer Dom Pedro Mascarenhas, e succedendo-lhe no governo Francisco Barreto, que não era affecto ao poeta, o desterrou de Goa. Sobre a causa deste procedimento e tempo em que teve lugar, não concordão os autores.

Oito annos depois de ser transferida a Alfandega de Gôa para Pangim, foram egualmente transferidos os tribunaes, os cartorios, a Relação, a contadoria ou repartição de fazenda, e pouco a pouco se foram alastrando as construcções pelas bases dos outeiros de Santa Ignés e da Conceição, sendo muitos os embellesamentos e as obras de utilidade feitas por D. Manuel de Portugal e Castro, conde de Torres Novas, Caetano de Albuquerque e outros governadores mais modernos.

Finalmente, em setembro, chegou o Poeta a Goa, depois de seis mezes de uma viagem, que, parcendo-nos hoje aborrecida e longa, não foi comtudo das peores para aquelle tempo. A vida dos militares portuguezes na India era um tecido de continuas expedições ora terrestres ora maritimas, predominando comtudo estas ultimas.

Na occasião da sua chegada a Goa, como o Viso-Rei Dom Affonso estivesse aprestando uma grossa armada para ir em soccorro do Rei de Porcá, nosso alliado, a quem o da Pimenta ou Chembé havia tomado uma ilha, o acompanhou o poeta nesta expedição, cujo successo elle mesmo brevemente refere na Elegia 3.ª; e com elle voltou a Goa.

Disse-me elle, muito vangloriado e com razão, que no rajado que governava havia 15 annos, não existia um pobre, e a prisão estava quasi sempre pouco habitada. Escusado será dizer-lhes que em Gôa, aos sabbados, os indigenas andam aos bandos e o carcereiro não tem pouco que fazer.

E nenhum havera que a pena estime Mais soberana por a causa della, Que a que teve até então não desestime; E qu'inveja não mostre á minha estrella. Que tristes novas, ou que novo dano, Qu'inopinado mal incerto sôa, Tingindo de temor o vulto humano? Que vejo? as praias humidas de Goa Ferver com gente attonita e turbada Do rumor que de boca em boca vôa!

Em fevereiro de 510 Albuquerque tomou Goa por surpreza; e pela primeira vez houve no Oriente um Estado portuguez.

As armadas ficavam podres, que se desfaziam com as mãos; e não escapariam ao inverno, sem irem ao fundo. Nenhum dos soberanos do Oriente confiaria nem uma palha a um portuguez: a tanto chegára o descredito. Fôra um milagre trazer do reino á India, a salvamento, a esquadra em que viera. Todos os dias havia em Goa lançadas, revoltas e desafios, capazes de maravilhar até a propria Italia.

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