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Atualizado: 6 de setembro de 2025


Em quê?... O Gebo ao pensar na sorte de Sofia cuidava que lhe torciam o coração. Por ella é que se batia ainda com o destino. E quasi não tinha pão para lhe dar! A mulher clamava: Mas trabalha! tu não trabalhas!... Tu o que és és um mandrião. Olha os outros como furam, como sobem... Tu és um estupido! Na vida é preciso ter-se muita finura. Quem é assim não se casa!

Era uma velha, de chale preto sem pello, e que vivia de aproveitar os restos da miseria. Trazia novidades e com que alegria a mulher do Gebo, ao ouvir-lhe dizer, que pessoas suas conhecidas tambem eram infelizes, tinha pena dos que soffriam como ella! Ó Anninhas ouvi dizer que a Desideria está por baixo, coitada!... Tem tudo empenhado, filha. Passa muita fome.

Era ao crepusculo. Tombado, como uma bola de gordura, tremia abalado pela dor, monologando baixinho: Oh a minha filhinha!... E todos se riram de mim, todos!... Ninguem se importa. Quem quer saber da desgraça dos outros? Ai a minha filha! Começou uma vida desorientada e feroz. Parecia que de todos os lados havia vozes a clamar, a escarnecel-o: ó Gebo! ó Gebo!

Heis-de tel-o encontrado esse velho gordo, de cabellos brancos estacados, aos empurrões na vida e com um ar d'afflicção que faz riso e piedade. Ó Gebo! Anh? Conta! E elle logo, em palavras rôtas, precipitadas, bebendo as lagrimas: Ó Senhor!... Tanto tenho andado e tanto tenho soffrido! Quanto mais faço peor, inda é peor... E não posso mais... Acabou-se!

O seu livro é a historia patetica d'uma alma. Qual? A do Gebo, a de Luiza, a de Sophia, a da Mouca, a dos Pobres emfim? Não. A sua. Historias diversas, que se resumem n'uma historia unica: a da sua alma, transitando almas, a da sua vida, percorrendo vidas. Autobiografia espiritual, dilacerada e furiosa, demoniaca e santa, blasfemadora e divina.

Quem é que o caçôa? Nem me parece um estudante! Valha-o Deus! eu, se fosse Rosinha, não lhe tinha amor... Cala-te, Maria!.., Tu pareces-me tôla! Deixa o rapaz! disse baixinho a Elisa, forçando-a a retirar-se d'alli. Deixa-me caçoar com elle... Eu não te disse que lhe havia de pôr um rabo-leva de papel? que não posso, deixa-me rir com este gêbo, e tu ri-te tambem.

As suas melhores horas eram as do somno, profundo, de pôço, em que ao deitar mergulhava logo. Esses pedaços de vida, furtados á desgraça, em que se não pensa, sem sonhos, d'um profundo anniquilamento, eram o unico goso do Gebo. E tanto mais a desgraça o abalava, tanto maiores eram os seus cuidados, mais absoluto o seu somno.

O Gebo entrava e ella logo, soffrega, morta por desabafar o que todo o dia ruminára: Até que vieste, homem! E então? Conta. Então ha alguma esperança? Não ha nada, mulher. E sentava-se arrazado. Tambem ninguem faz caso de ti. Que és tu? Sabes o que tu és? Eu não, o quê? Um ente inutil.

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