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Atualizado: 14 de junho de 2025


O astuto Feijó, que desde julho apparecia no Congresso quando ahi se discutiam propostas dos compatriotas ao ultramar, impetrou em 2 de setembro licença para regressar á patria em busca de allivio aos seus soffrimentos . Na sessão seguinte Barata, a proposito de um protesto da vereação da capital bahiana contra os soldados de Madeira, declarou terminantemente que em razão da guerra de Portugal contra o Brasil, os deputados daquella provincia não podiam continuar nas Côrtes . Poucos dias eram passados, que os bahianos em pêso pela voz de Lino Coutinho requeriam a sua exclusão das Côrtes e que, no caso de indeferimento, os dispensassem de jurar a constituição.

Esta poesia, que Feijó, ahi por 1913, me mandou de Stockholmo para Londres, onde então eu residia, fôra-lhe inspirada pela morte recente d'um nosso amigo commum. E aos seus mortos, parentes e amigos, a consagrou, como se do distico votivo que a precede: Meorum amicorumque pie manibus. Toda uma intensa emotividade freme n'esse verdadeiro hymno sagrado, de tão largo folego.

Desde Coimbra, Feijó foi sempre o melhor e o mais deleitoso dos companheiros.

Dos nossos, admirava-se, enthusiasticamente, João de Deus, Anthero, Junqueiro, Gomes Leal e apreciava-se com deleite Penha e Gonçalves Crespo, todos esses que haviam sido os mestres das gerações anteriores. O espirito de Feijó vasou-se n'estes moldes e reflectiu as phases d'essa evolução do gosto litterario.

O mesmo enlevo mystico d'aquelle, que Nas pedras do deserto achou brandura, Nas serpentes da serra piedade E nas pelles das feras cobertura. Lendo um e outro, o velho Agostinho Pimenta e o novo Antonio Feijó, vejo a affirmação de dois grandes poetas e a imposição de duas grandes almas.

A litteratura era a sua vocação. A diplomacia foi, na sua vida, um occasional desvio de destino. Quando se formou, Feijó pensou em advogar. E buscou iniciar-se no officio, praticando no escriptorio de seu irmão José, que era, n'esse tempo, um dos mais reputados causidicos do Minho. Não se entendeu, porém, com os autos.

A Europa era um campo de batalha gigantesco em que os povos, como os Titans da gigantomachia do mytho hellenico, luctavam braço a braço, trucidando-se em torrentes de sangue. As communicações entre a Suecia, onde Feijó fallecera, no seu posto diplomatico, e Portugal, estavam quasi cortadas.

Elle era um homem robusto e ainda são, tinha apenas 55 annos, e eu, tomando os meus desejos pela realidade, acreditava que a educação dos filhos e o desabafo dos versos iriam devagar transformando em doce saudade a sua dôr dilacerante. Feijó não se estava deixando viver, como elle dizia; estava-se deixando morrer, sem dar por isso.

O verso teve mais quem o cultivasse. E alguns d'esses cultores fizeram-n'o notavelmente, como Feijó, Coelho de Carvalho, Silva Gayo, Luiz Osorio, Queiroz Ribeiro, Alfredo da Cunha, para citar apenas os que persistiram no officio e, pela publicação das suas obras, se cathegorisam escriptores, por assim dizer, profissionaes.

D'isso me fallava ás vezes, quando me escrevia, mas como d'uma intenção, não como d'um facto. Sol de Inverno e Novas Bailatas devem conter, portanto, as derradeiras producções poeticas de Antonio Feijó. São o fecho da sua obra e são realmente um remate superior, em que o seu talento e a sua arte se ostentam em plena maturação e plena mestria.

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