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Atualizado: 25 de maio de 2025


Oh, as noites tristes, alapado e quedo, N'um covil de feras, ou algar deserto!... E dormia ao lume sem temor, sem medo, Pois Nossa Senhora, Virgem do Degredo, Na ermidinha branca lhe ficava perto... Mas no mez de Março pincaros maninhos, Montes cenobitas, d'ossos e burel, Vestem-se de trevos e de rosmaninhos, Com sorrisos d'oiro que alvoroçam ninhos, E distilam favos de inocencia e mel!...

Mas vendo Topsius marchar, com a sabia serenidade de quem considera a Morte uma purificadora libertação das fórmas imperfeitas não quiz ser menos forte, nem menos espiritual: arranquei o albornoz que me abafava, galguei intrepidamente a collina temerosa. D'um lado cavava-se o Valle de Hinom, abrazado e livido, sem uma herva, sem uma sombra, juncado d'ossos, de carcassas, de cinzas.

Gonçalo espreitou para dentro, curiosamente. A um canto da funda arca alvejava um montão d'ossos, limpos e bem arrumados! Esquecera o velho Lopo, na sua pressa heroica, esses poucos ossos, despegados do seu esqueleto?... O crepusculo cerrára, e com elle uma melancolica sombra que se adensava sob as abobadas da crasta, cobria de tristeza morta aquella jazida de mortos.

De que a alma modela a face como o sopro do antigo oleiro modelava o vaso fino: e hoje, nas nossas civilisações, não ha logar para que uma alma se affirme e se produza na absoluta expansão da sua força. Outr'ora um simples homem, um feixe de musculos sobre um feixe d'ossos, podia erguer-se e operar como um elemento da Natureza. Bastava ter o illimitado querer para d'elle tirar o illimitado poder.

Cedo, por uma manhã, levemente enevoada, os oito caixões pequeninos, cobertos d'um velludo vermelho mais de festa que de funeral, com molhos de rosas espalhados, contendo cada um o seu montesinho d'ossos incertos, sahiram aos hombros dos coveiros de Tormes e dos moços da quinta, da Egreja de S. José, cujo sino leve tangia, na enevoada doçura da manhã, quanto fina e levemente! como pia um passarinho triste.

Espantosa, de grandes rodas espessas, ferragens desconjuntas, tecto esboracado, tinta bexigosa, puxavam-a dois cavallos brancos, magros, muito magros, de joelhos grossos, orelhas cahidas, choutando sem brio, coxeando dolorosamente, com um ar de philosophos sem ração a caminho da morte. Atraz saltava a carruagem com um tinir de ferragens, soturno como um ranger d'ossos em dança macabra.

A cada caveira juntamos uma certa porção d'ossos, uma porção rasoavel... Não havia outro meio... Nem todos os ossos se acharam. Canellas, por exemplo, faltavam! E é bem possivel que as costellas d'um d'aquelles senhores ficasse com a cabeça d'outro... Mas quem podia saber? Deus.

Com uivos horrendos, as sinistras creaturas dispersaram correndo, para todos os lados, através das fileiras armadas. Não as podiamos seguir a todas na sua obra mortal. De sorte que, por mim, cravei a attenção na que ficou junto de nós, uma velha, esgalgado feixe d'ossos, que deitava lume pelos olhos. Quando esta Harpia chegou em frente aos soldados parou farejando.

Bem depressa porém recordado dos compendios de Economia Politica, reflecti que os meus proventos engordariam se, eliminando o Lino, eu mesmo me dirigisse ousadamente ao consumidor pio. Escrevi então a fidalgas, servas do Senhor dos Passos da Graça, cartas com listas e preços de Reliquias. Mandei propostas d'ossos de Martyres a egrejas de provincia.

Jacintho tocou no meu cotovello: Que lindos vamos! Ora tu a Natureza... N'um simples enterrar d'ossos, quanta graça e quanta belleza!

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