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E todos lhe respondiam: «Na rua da Misericordia, na rua da Misericordia numero noveAmaro sentia-se perdido: um vasto ether côr de leite, penetravel e macio como uma pennugem d'ave, envolvia-o, e elle procurava debalde uma taboleta de hospedaria!

Queima a Sciencia as pestanas buscando o que seja aquillo; e nem passadas semanas conclue que é sebo de grillo! Tu proprio chuchas no dedo, avis rara, ó raio d'ave; pois ao fechar teu segredo perdeste-lhe o tino e a chave. Seja qual fôr teu systema, graxa ou graxa e sebo, eu, indigena na gemma, applaudo o que não percebo.

Foi isto dito com um sorriso tão cheio de provocações, envolviam-n'o em tanta ternura os olhos azues que se abrigavam sob as sobrancelhas desenhadas em negro, como uma aza d'andorinha, a cabeça enquadrada no velludo côr de chumbo do chapéu inclinava-se tão graciosamente sobre o hombro direito n'um gesto d'ave que escuta, no simples justilho do mesmo velludo as linhas curvas do seu busto ondulavam com tanta commoção, que não havia preoccupação que desculpasse em Carlos um movimento de impaciencia ou contrariedade.

Se não amam na epocha presente O Rei nem o Mendigo, Se tudo é frio, e desolado e doente, E não palpitam almas docemente Sob esse terno sentimento antigo, Ó mulheres lindas de formoso olhar, Vinde aprender commigo, Que eu vos ensino a amar! E estas folhas abri com mão suave, Lêde esta narração d'um grande amor, Ó mãos macias como penas d'ave, Ó bôcas lindas como rubra flôr!

Meu coração aqui jaz, erma ruina Onde habita a ironia, o vil phantasma Golphão anachoreta entre o miasma Perseguido p'la brisa crystallina. O lyrio, o trevo ri junto á bonina, de raiva a minha alma abdica, pasma Porque a tristeza famulenta traz-m'a Nas duras garras d'ave de rapina. Meu coração aqui, sob esta alfombra Dos pallidos desdens, justos ciumes Adora morto e frio a tua sombra.

E recordo ainda quando me reteve meio domingo, depois da Missa, no cabeço, junto a um velho curral desmantellado, sob uma grande arvore, por que em torno havia quietação, doce aragem, um fino piar d'ave na ramaria, um murmurio de regato entre canas verdes, e por sobre a sébe, ao lado, um perfume, muito fino e muito fresco, de flores escondidas.

Respiraremos o aroma penetrante do Iris de Florença exhalado das rendas aquecidas no seio do nosso par, sentiremos nas pontas agudas do bigode o contacto dos seus cabellos seccos e frisados, e no hombro o leve peso tepido e carinhoso do seu corpo d'ave.

Gonçalo Mendes Ramires, silenciosamente, quasi mysteriosamente, arranjára a concessão d'um vasto praso de Macheque, na Zambezia, hypothecára a sua quinta historica de Treixedo, e embarcava em começos de Junho no paquete Portugal, com o Bento, para a Africa. Quatro annos passaram ligeiros e leves sobre a velha Torre, como vôos d'ave.

Exprimentou-se algum'hora D'ave, que chamão Camão, Que se da casa, onde mora, adúltera senhora, Morre de pura paixão. A dor he tão sem medida, Que remedio lhe não val. Mas oh ditoso animal, Que póde perder a vida, Quando tamanho mal! Nos gôstos de vos querer Estava agora enlevado, Se não fôra salteado Das lembranças de temer Ser por outrem desamado.

Ao cabo de sessenta annos de pelejas o fronteiro sepultou comsigo a orgulhosa raça de riba d'Ave, e do seu castello ficaram de aquella torre negra, que alem vemos, e a hermida aonde jazem os ossos de Pedro Ansures. E D. Moço? perguntou Martim Paes. E Auzenda? acudiu D. Nuno.