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Atualizado: 19 de junho de 2025
Theophilo Braga pretendia até ha uma duzia d'annos atraz opinião que depois modificou no seu trabalho, sobre Bernardim Ribeiro, que veio á estampa em 1897. Mas o Mestre, em 1897, deixou de lhe dar entrada no Cancioneiro pela subtil razão de que Chrisfal não poetára nos Serões da côrte por pertencer ao ramo pobre dos Falcões.
Muito agradecemos a captivante offerta de um exemplar de Bernardim Ribeiro, com que fomos brindados pelo auctor. Ainda Chrisfal
Diz o Mestre que a vida amorosa de Christovam Falcão oscilla entre 1525 e 1565, sem ficarmos sabendo se a sua vida poetica tambem oscilla dentro do mesmo periodo, isto é: se a actividade amorosa e a actividade poetica de Chrisfal se confundem, caminham a par-e-passo ou se, pelo contrario, é o amoroso que precede o vate, se este antecede o namorado.
Não é, pois, um artigo critico o que vou fazer; mas se uma affirmação sincera e sentida, de valor nimiamente critico, me é permittido accentuar desde já, eu direi: Delfim Guimarães está na verdade. Christovam Falcão, poeta, nunca existiu. Chrisfal é um pseudonymo de Bernardim Ribeiro. E isto porquê?!
Á vista de tal exemplo, não ha extranhar, no gentil-homem Christavam Falcão, nem as faltas de grammatica, nem as de orthographia, patentes em sua carta a el-rei, conforme o documento que ainda se conserva na Torre do Tombo... Mas essas faltas e a rudeza geral do estilo são bastantes para que não mais o tenhamos na conta de um emulo do suave e melancholico Bernardim Ribeiro, autor incontestavel das «Trovas de Chrisfal», depois de tantos argumentos sagazmente colhidos de uma profunda analyse psychologica e linguistica.
Mas agora que o insigne Professor colloca a vida amorosa de Falcão entre 1525 e 1565, pergunto eu: permanece este argumento para a sua exclusão do Cancioneiro ou teremos de assentar que Chrisfal n'elle não figurou pela simples razão de, em 1516, andar ainda com coeiros?
Mas remorder-nos-ia a consciência, se cerrássemos já a presente noticia, sem significar a Delfim Guimarães a satisfação que nos deu o seu melindroso e arrojado trabalho, e o encanto com que repassamos os olhos pelo ingénuo e delicioso bucolismo dos avoengos da poesía nacional. Formoso livro e serviço memorável. Dr. Candido de Figueiredo O poeta Chrisfal
As celebradas «Trovas de Chrisfal» collocavam a figura de Maria Brandão, «com a casta graciosidade de uma virgem de Cimabue, dentro de paisagens que pareciam ter os traços do pincel de Giotto»; e toda a tradição popular, já assignalada pelo chronista Diogo do Couto, era unanime em considerar esse nome de «Chrisfal» como formado das duas primeiras syllabas do prenome e appellido de Christovam Falcão.
Tão notavel se afigurava a individualidade literaria de «Chrisfal» que, para a illustre romanista D. Carolina Michaëlis, elle teria sido o creador do genero bucolico em Portugal, e Bernardim apenas o seu immediato imitador; mas, tambem, a semelhança entre elles era tal que, conforme a judiciosa observação do professor Simões Dias, «as obras de um podiam passar como feitas pelo outro.»
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